A Tailândia rejeitou nesta 6ª feira (25.jul.2025) a mediação de terceiros para resolver o conflito militar com o Camboja. Disse que prefere manter negociações bilaterais. Os confrontos na fronteira disputada entre os dois países entraram no 2º dia seguido, com troca de artilharia pesada.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores tailandês, Nikorndej Balankura, disse à Reuters que não vê necessidade de intervenção externa neste momento. “Não acho que precisamos de mediação de um terceiro país agora”, declarou.
O vice-ministro tailandês, Russ Jalichandra, acrescentou que seu país não descarta apoio externo no futuro, mas acredita que os canais bilaterais ainda são viáveis.
O conflito começou na 5ª feira (24.jul), em uma região cuja soberania é disputada há mais de um século. Ambos os lados se acusam de iniciar os combates, que já se tornaram os mais intensos entre os vizinhos em mais de uma década.
A Malásia, a China e os Estados Unidos se ofereceram para facilitar o diálogo. O premiê malaio e atual presidente da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), Anwar Ibrahim, afirmou ter conversado com líderes de ambos os países e proposto um cessar-fogo. Porém, segundo o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, a Tailândia teria inicialmente aceitado o acordo, mas retrocedeu.
Na noite de 5ª feira (25.jul), Manet pediu ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que intervenha, acusando a Tailândia de uma “agressão militar não provocada e premeditada”. O órgão marcou uma reunião nesta 6ª feira (25.jul) a portas fechadas para discutir a escalada.
Os combates têm impacto direto sobre as comunidades que vivem nas áreas fronteiriças, com deslocamentos forçados e relatos de vítimas civis.