“Morango do amor é apenas uma expressão. Ninguém deve se transformar em sobremesa de verdade”, disse o hospital onde o sem noção foi atendido
Enquanto o Brasil vive uma profunda crise social, com milhões de jovens enfrentando desemprego, evasão escolar e falta de perspectiva, uma parte dessa juventude parece preferir se ocupar com as mais absurdas tendências virais da internet. A nova “moda” — pasme — atende pelo nome de morango do amor, e não tem nada a ver com romance de verdade, mas sim com uma perigosa combinação de ignorância, imaturidade e uma desesperada busca por curtidas.
Na zona sul de São Paulo, um jovem de 22 anos deu entrada ontem, 25, em um hospital com queimaduras de segundo grau nas partes íntimas após tentar uma “surpresa romântica” para a namorada. A ideia? Passar calda quente de morango do amor diretamente em suas genitálias. Isso mesmo. Ele tentou replicar o processo de caramelização de um doce… no próprio corpo.
Segundo relato do próprio rapaz, tudo foi inspirado por um vídeo do TikTok. “Vi que ela gostava de morango do amor e quis fazer uma surpresa”, contou, com um pacote de gelo no colo e lágrimas nos olhos. O resultado, obviamente, foi catastrófico: queimaduras, constrangimento público e um alerta do hospital que mais parece piada pronta: “Morango do amor é apenas uma expressão. Ninguém deve se transformar em sobremesa de verdade.”
A namorada, atônita, disse que só queria um bombom comum, como um Sonho de Valsa. Mas o namorado achou por bem dar uma “releitura literal” ao doce. E aí está o problema: quando a literalidade burra encontra a exposição digital, o que se tem é uma geração que confunde afeto com bizarrice performática.
Como chegamos a isso?
É preciso perguntar: o que está acontecendo com nossos jovens? Em vez de estarem em sala de aula, desenvolvendo projetos, aprendendo um ofício, criando soluções, muitos estão gastando energia com dancinhas, desafios perigosos e, agora, com culinária erótica de mau gosto. Como chegamos ao ponto em que um adulto de 22 anos acha que despejar caramelo quente nas partes íntimas é uma boa ideia?
A resposta não é simples, mas passa pela falta de referências sólidas, de educação crítica, de objetivos de vida bem definidos e de uma consciência social que vai muito além da tela do celular. Não é só o corpo desse rapaz que saiu queimado. O que está se deteriorando, aos poucos, é o tecido moral de uma juventude cada vez mais refém da superficialidade.
O caso deveria gerar um debate sério sobre os rumos da nossa formação cultural. Em vez de viralizar um absurdo desses, seria bom viralizar a ideia de que a vida é mais do que fazer palhaçada por likes.
Porque se continuar assim, o que se queima não é só a pele. É o futuro.
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