A deficiência de vitamina D está fortemente associada à doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), um distúrbio metabólico crescente que muitas vezes se desenvolve silenciosamente até que ocorram danos graves.
Pesquisas mostram que a vitamina D controla a função hepática no nível genético, ativando genes de queima de gordura enquanto suprime o armazenamento de gordura, tornando-a essencial para prevenir e reverter danos ao fígado
A suplementação de vitamina D em estudos diminuiu significativamente a gordura do fígado, reduziu a inflamação e restaurou a estrutura e a função mitocondrial adequadas, especialmente em indivíduos mais velhos
Outros nutrientes essenciais para a saúde do fígado incluem as vitaminas E, B12 e folato, que trabalham juntos para regular o metabolismo da gordura, reduzir a inflamação e auxiliar na desintoxicação.
Soluções práticas incluem a eliminação de óleos vegetais, que são ricos em ácido linoleico, exposição solar estratégica, teste de seus níveis de vitamina D (visando 60 a 80 ng/mL) e combinação de vitamina D3 com magnésio e K2 ao suplementar
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Um dos distúrbios metabólicos que mais cresce atualmente afeta o fígado, silenciosamente e sem aviso. A doença hepática gordurosa não alcoólica, ou DHGNA, está se tornando alarmantemente comum em todo o mundo, mas a maioria das pessoas não tem ideia de que seu fígado está com problemas até que danos graves se instalem.
Esta não é uma condição que afeta apenas pessoas com problemas de saúde ou com sobrepeso. Um crescente corpo de pesquisas está descobrindo fatores ocultos por trás do fígado gorduroso, incluindo algo que raramente recebe a devida atenção: a depleção de nutrientes. E no topo dessa lista está a vitamina D.
A vitamina D é frequentemente considerada uma vitamina essencial para a saúde óssea, mas isso é apenas uma fração da história. Seu fígado depende dela para gerenciar o metabolismo da gordura, regular a inflamação e manter a produção de energia dentro das células. À medida que seus níveis de vitamina D caem, o que acontece com a idade e a vida em ambientes fechados, a capacidade do seu fígado de funcionar corretamente começa a diminuir.
A ciência mais recente revela algo ainda mais urgente: a vitamina D não apenas auxilia na função hepática; ela a controla em nível genético. Essa descoberta tem implicações importantes para a prevenção, o controle e até mesmo a reversão de doenças hepáticas associadas ao envelhecimento e ao estresse metabólico.
A vitamina D aciona um interruptor que interrompe a formação de gordura no fígado
Um estudo publicado na Experimental & Molecular Medicine investigou como a suplementação de vitamina D3 afeta a DHGNA relacionada à idade. 1 Os pesquisadores se concentraram no papel de uma proteína mitocondrial que ajuda a manter o funcionamento dos sistemas energéticos das células do fígado. O objetivo era entender como o envelhecimento interrompe esse processo e como a vitamina D o restaura.
- Animais mais velhos com baixos níveis de vitamina D apresentaram mais gordura no fígado — O estudo analisou camundongos de 22 meses de idade, aproximadamente o equivalente a humanos na faixa dos 70 anos, em comparação com camundongos adultos mais jovens. Camundongos mais velhos com níveis mais baixos de vitamina D apresentaram acúmulo de gordura muito maior no fígado, enquanto aqueles que receberam altas doses de vitamina D3 (20.000 UI/kg) apresentaram melhora acentuada. A gordura hepática diminuiu, o peso do fígado se normalizou e a inflamação diminuiu significativamente.
- Genes que queimam gordura são desativados com a idade, mas a vitamina D os reativa — Em animais mais velhos, os genes que decompõem gordura foram significativamente suprimidos. Esses são os genes que o fígado usa para queimar gordura como energia. A suplementação de vitamina D os reativa. Também reduz os genes que controlam o armazenamento de gordura. Essa dupla ação ajuda o fígado a se afastar do armazenamento de gordura e voltar a se dedicar à queima de gordura.
- Os níveis de ácidos graxos no sangue diminuíram com a vitamina D — Os camundongos idosos suplementados com vitamina D apresentaram níveis de ácidos graxos livres circulantes muito menores, o que significa que o fígado não foi sobrecarregado pela gordura ingerida. Isso também indicou um melhor equilíbrio entre a absorção e a degradação de gordura, frequentemente perdido em adultos mais velhos com problemas metabólicos.
- A vitamina D fixou a estrutura mitocondrial — Uma proteína mitocondrial que ajuda a organizar a estrutura interna das mitocôndrias foi quase completamente perdida nos fígados de camundongos mais velhos. Sem ela, as mitocôndrias perdem a capacidade de gerar energia e queimar gordura. A vitamina D aumentou diretamente os níveis, o que ajudou as mitocôndrias a recuperar sua estrutura e função normais. Isso foi confirmado por meio de exames de imagem e testes moleculares.
- Células envelhecidas acumulam gordura, mas a vitamina D reverte isso — Para testar se a perda específica de proteína mitocondrial por si só causava o envelhecimento, pesquisadores administraram a células hepáticas saudáveis uma dose do medicamento doxorrubicina para simular o envelhecimento. A proteína mitocondrial despencou, e as células rapidamente começaram a armazenar gordura e a apresentar sinais de envelhecimento celular. A vitamina D ajudou a desfazer o dano, eliminando a gordura e neutralizando os sinais de envelhecimento celular.
As vitaminas regulam a função hepática em um nível molecular profundo
Em um estudo relacionado publicado na Liver Research, cientistas examinaram como vitaminas essenciais impactam a progressão da DHGNA. 2 Eles exploraram como as deficiências vitamínicas, particularmente as vitaminas D, E, B9 e B12, desempenham um papel na interrupção do metabolismo hepático. O estudo enfatizou que, sem níveis adequados desses nutrientes, a capacidade do fígado de gerenciar a gordura se deteriora, desencadeando uma cascata de inflamação, resistência à insulina e estresse oxidativo que acelera a progressão da doença.
- Existem conexões entre os níveis de vitaminas e a gravidade dos danos ao fígado — Os pesquisadores descobriram que pessoas com níveis mais baixos de vitaminas D e B12 tinham danos ao fígado mais avançados, e a deficiência de vitamina E estava associada a um risco maior de inflamação e cicatrizes no tecido hepático.
- Diferentes vitaminas afetam seu fígado de maneiras muito diferentes — A vitamina E surgiu como um poderoso antioxidante, ajudando a diminuir a inflamação, interromper o acúmulo de gordura e até mesmo evitar que as células morram.
Enquanto isso, a vitamina D ajudou a regular as respostas imunológicas e a sensibilidade à insulina, enquanto o folato e a vitamina B12 influenciaram a metilação — um processo que ajuda o fígado a desintoxicar e metabolizar nutrientes. Cada uma dessas vitaminas desempenhou um papel distinto na piora ou melhora dos resultados da DHGNA, dependendo da ingestão adequada.
- A deficiência de vitamina D foi fortemente associada à resistência à insulina e à má função hepática — Os pesquisadores explicaram que a deficiência de vitamina D aparece em 55% das pessoas com DHGNA, e que baixos níveis desse nutriente pioram a resistência à insulina, um dos principais causadores do acúmulo de gordura no fígado.
Descobriu-se que a vitamina D melhora a forma como o pâncreas secreta insulina e como as células do corpo respondem a ela. Sem vitamina D suficiente, o fígado se torna mais resistente à insulina, o que significa que ele armazena mais gordura em vez de queimá-la.
- A vitamina D também modula a atividade do sistema imunológico no fígado — O fígado está profundamente envolvido na função imunológica. O estudo mostrou que a vitamina D ajuda a regular as células imunológicas no fígado, especialmente por meio de uma família de receptores que são frequentemente ativados por toxinas e fragmentos bacterianos no sangue. Quando esses receptores são superestimulados, como costuma acontecer na deficiência de vitamina D, eles produzem uma enxurrada de moléculas inflamatórias que danificam as células hepáticas.
- Deficiências nessas vitaminas prejudicam o reparo do fígado e agravam os danos metabólicos — Sem uma quantidade suficiente desses nutrientes, o fígado tem dificuldade para se regenerar, desintoxicar e equilibrar o metabolismo da gordura. Essas deficiências são agravadas por dietas modernas e estressores ambientais, tornando uma dieta saudável com alimentos integrais e um suporte vitamínico úteis para quem enfrenta problemas de saúde hepática.
Como restaurar a saúde do seu fígado e reverter a deficiência de vitamina D
Ao entender como a vitamina D interage com seu fígado no nível celular, você ganha o poder de intervir precocemente e mudar a trajetória da saúde do seu fígado antes que danos irreversíveis ocorram.
Se você foi diagnosticado com NAFLD ou suspeita que seu fígado esteja sob estresse devido à má saúde metabólica, a primeira coisa que você precisa saber é: corrigir os danos subjacentes — a inflamação, o estresse oxidativo e os desequilíbrios metabólicos que estão mantendo seu fígado preso no modo de sobrevivência — é fundamental.
A maioria das pessoas se concentra apenas em reduzir a gordura no fígado, mas ignora uma causa importante da DHGNA: a deficiência de vitaminas. Como o fígado armazena e regula vitaminas essenciais, as deficiências tornam a recuperação quase impossível. Pesquisas recentes mostram que a vitamina D desempenha um papel importante no alívio da inflamação, no combate aos danos oxidativos, na melhora da sensibilidade à insulina e na eliminação da gordura das células hepáticas. Para dar ao seu fígado uma chance de se recuperar, veja por onde começar:
- Comece corrigindo a raiz: elimine óleos vegetais — Se você ainda usa canola, soja, girassol ou óleo vegetal genérico, você está inundando suas células com ácido linoleico (AL), uma gordura poli-insaturada que oxida facilmente, acumula-se na pele e aumenta o risco de danos à pele se você se expor ao sol durante os horários de pico (10h às 16h).
Corte esses óleos da sua dieta por pelo menos seis meses antes de se expor ao sol em alta. Substitua-os por gorduras mais saudáveis, como sebo, manteiga de vacas alimentadas com pasto e ghee. Assim que os níveis de LA caírem, sua pele e seu fígado começarão a funcionar como deveriam.
- Use a luz solar estrategicamente para repor suas reservas de vitamina D — Sua pele foi projetada para produzir vitamina D a partir do sol. Para otimizar seus níveis de vitamina D, passe algum tempo sob a luz solar direta com a pele exposta diariamente, de preferência fora dos horários de pico se você ainda estiver em transição para a fase de desmame de óleos vegetais. Use o “teste de queimadura solar” — cubra-se pouco antes de sua pele começar a ficar rosada.
Isso permite que você aproveite os benefícios do sol sem causar danos, ajudando seu fígado e sistema imunológico a funcionar de forma mais eficiente.
- Teste seus níveis de vitamina D e personalize sua abordagem — Faça testes de vitamina D pelo menos duas vezes por ano e busque um nível entre 60 e 80 ng/mL (150 a 200 nmol/L). Não se trata apenas da saúde óssea — trata-se de reduzir a resistência à insulina, acalmar a inflamação hepática e restaurar o equilíbrio imunológico. Os testes fornecem um ponto de partida e ajudam a monitorar o progresso real.
- Suplemente de forma inteligente: Combine sempre vitamina D3 com magnésio e K2 — Se você fica em ambientes fechados com frequência ou mora longe da linha do Equador, a suplementação costuma ser necessária. Mas a vitamina D3 funciona melhor quando combinada com magnésio e vitamina K2.
Na verdade, as pessoas que não usaram esses cofatores precisaram de 244% mais vitamina D apenas para manter níveis sanguíneos saudáveis. 3 Esse trio funciona em equipe, melhorando a absorção, reduzindo a calcificação arterial e ajudando o fígado a processar a gordura de forma mais eficiente.
- Use a comida como remédio para repor as vitaminas que curam o fígado — A verdadeira cura acontece através da comida de verdade. Consuma nutrientes que auxiliam o fígado diariamente, como ovos de animais criados em pasto e fígado bovino alimentado com capim. Pense nas suas refeições como sistemas de fornecimento de nutrientes, não apenas combustível, mas ferramentas de reparo das quais seu fígado depende. Você não precisa de receita para começar a curar seu fígado, você só precisa dar a ele o que está faltando e remover o que o está prejudicando.
Perguntas frequentes sobre vitamina D e NAFLD
P: Qual é a conexão real entre a vitamina D e a doença hepática gordurosa?
R: A vitamina D desempenha um papel fundamental na manutenção da atividade metabólica do fígado. Pesquisas recentes mostram que ela ativa diretamente um gene que ajuda as mitocôndrias a queimar gordura. Sem vitamina D suficiente, as células do fígado entram em modo de armazenamento de gordura. Essa mudança silenciosa leva ao desenvolvimento da DHGNA, mesmo em pessoas que se alimentam razoavelmente bem ou não consomem álcool.
P: A suplementação de vitamina D realmente reverte os danos ao fígado?
R: Sim, especialmente em adultos mais velhos. Em estudos com camundongos idosos, altas doses de vitamina D3 reduziram drasticamente a gordura hepática, restauraram a função mitocondrial e até reverteram alguns marcadores de envelhecimento celular. Os efeitos foram específicos para animais que já apresentavam deficiência, o que significa que essa estratégia é particularmente útil para pessoas com mais de 60 anos que não tomam sol o suficiente ou têm baixos níveis de vitamina D.
P: Quais outras vitaminas são importantes para curar o fígado gorduroso?
R: Além da vitamina D, pesquisas destacam as vitaminas E, B12, folato (B9), C e A como essenciais para o reparo do fígado. A vitamina E ajuda a acalmar a inflamação. A B12 e o folato regulam o metabolismo da gordura e a expressão gênica. A vitamina C reforça as defesas antioxidantes e reduz os compostos nocivos ao fígado. Cada vitamina desempenha um papel único em manter o fígado resiliente ao estresse metabólico.
P: O que acontece se você bloquear a vitamina D no fígado?
R: Quando o receptor de vitamina D (VDR) é desativado nas células hepáticas, a inflamação dispara, as células imunológicas reagem exageradamente e a formação de cicatrizes acelera. Isso foi confirmado em um estudo com camundongos que demonstrou que o bloqueio do VDR fez com que o fígado endurecesse, perdesse a função e começasse a produzir proteínas tipicamente observadas no câncer. A vitamina D ajuda a prevenir esse ciclo destrutivo, regulando a cicatrização e o equilíbrio imunológico em nível genético.
P: Como posso aumentar meus níveis de vitamina D e dar suporte ao meu fígado naturalmente?
R: Comece eliminando óleos vegetais como canola, soja e girassol. Eles inundam seu organismo com ácido lático, o que agrava os danos ao fígado. Passe um tempo ao sol todos os dias, expondo sua pele até pouco antes de ela começar a ficar rosada (não queimar).
Teste seus níveis de vitamina D regularmente e busque atingir de 60 a 80 ng/mL. Se precisar suplementar, combine sempre D3 com magnésio e K2 para uma absorção ideal. E coma alimentos de verdade, ricos em nutrientes que beneficiam o fígado, como ovos de galinhas criadas soltas e produtos coloridos.
Fonte: https://www.globalresearch.ca/vitamin-d-deficiency-fatty-liver/5895122
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