Carro estacionado na ciclofaixa da av. Boulevard Castilhos França; registro feito na tarde desta segunda-feira (28/7). Foto: Internauta.
Em Belém, a expansão das ciclovias e ciclofaixas deveria representar um avanço na mobilidade urbana e um incentivo ao uso de transportes mais sustentáveis. No entanto, a ocupação irregular desses espaços por carros estacionados revela o oposto: um cenário de descaso, impunidade e falta de respeito com os ciclistas.
Essa prática é ilegal, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro, e a pena é de multa, 5 pontos na CNH e remoção do veículo. A gestão do prefeito Igor Normando (MDB) tem se limitado a operações pontuais de fiscalização, geralmente com apelo midiático e pouca continuidade. Não há campanha educativa consistente que promova o respeito à mobilidade ativa. O resultado é a sensação de impunidade e a permanência do carro como protagonista absoluto do espaço urbano.
O problema vai além da infraestrutura: trata-se de uma questão de cidadania e de prioridade nas políticas urbanas. Para construir uma Belém mais segura e democrática, é preciso garantir que suas ciclovias e ciclofaixas cumpram seu papel. Isso exige, acima de tudo, compromisso real com a mobilidade ativa. Caso contrário, pedalar continuará sendo um ato de resistência.
Belém é sexta cidade com maior rede de ciclofaixa e ciclovia
Com a ampliação da malha cicloviária, ocorrida nos quatro anos de gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues, Belém hoje ocupa a sexta posição, de acordo com ranking nacional realizado pela Aliança Bike, em março de 2025. Até 2020, a extensão era de 113,14 km, mas, entre 2021 e 2024, recebeu incremento de 51,07 km (ciclovia, ciclofaixa e ciclorrota), totalizando, até o momento, 164,21 km de malha cicloviária.
O post Carros nas ciclofaixas: o descaso com quem pedala em Belém apareceu primeiro em PONTO DE PAUTA – PARÁ.