O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, afirmou nesta 2ª feira (28.jul.2025) que a fome jamais deve ser usada “como arma de guerra”. Fala se deu em referência aos conflitos atuais na Faixa de Gaza e no Sudão.
“Os conflitos continuam a espalhar a fome em Gaza, no Sudão e em outros lugares. A fome alimenta a instabilidade e compromete a paz. Nunca devemos aceitar a fome como arma de guerra”, disse Guterres durante a Conferência da ONU sobre Sistemas Alimentares, realizada na Etiópia.
No domingo (27.jul), a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a desnutrição em Gaza está em uma “trajetória perigosa”, com um “pico de mortes em julho”.
Segundo a organização, das 74 mortes relacionadas à desnutrição em 2025, 63 se deram em julho, incluindo 24 crianças menores de 5 anos, uma criança maior de 5 anos e 38 adultos.
“A maioria dessas pessoas foi declarada morta ao chegar às unidades de saúde ou morreu logo depois, com seus corpos apresentando sinais claros de definhamento grave”, declarou.
O bloqueio por Israel e o atraso no fornecimento de alimentos, saúde e ajuda humanitária em larga escala custaram muitas vidas. “Quase uma em cada 5 crianças menores de 5 anos em Gaza está atualmente com desnutrição aguda”, afirmou a OMS.
A partir do domingo (27.jul), o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que haverá pausas diárias no conflito em Gaza para permitir a ajuda humanitária em corredores e pontos e distribuição de comida.
Segundo comunicado oficial, as pausas para fins humanitários será realizada todos os dias, de 10h às 20h, nas áreas de Al-Mawasi, Deir al-Balah e em na Cidade de Gaza, até novo aviso.
As medidas se dão em um cenário de pressão internacional pelo cessar-fogo em Gaza. O ministério israelense afirmou que a decisão foi coordenada com as Nações Unidas e organizações internacionais depois de discussões sobre o assunto.