Levantamento Genial/Quaest aponta que 59% consideram improvável qualquer interferência do ex-presidente dos EUA na situação jurídica de Bolsonaro
Reportagem Sandra Venancio – Foto Tânia Rego/Agencia Brasil
Uma pesquisa Genial/Quaest realizada entre os dias 10 e 13 de julho revela que a maior parte da população brasileira não acredita que Donald Trump será capaz de reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Segundo os dados, divulgados pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, 59% dos entrevistados consideram improvável qualquer interferência do ex-presidente dos Estados Unidos no caso do aliado brasileiro. Apenas 31% veem alguma chance de sucesso.
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A pesquisa, que ouviu eleitores de diferentes perfis, mostra que o ceticismo em relação à capacidade de Trump de influenciar a Justiça brasileira é generalizado — inclusive entre os próprios apoiadores de Jair Bolsonaro. Entre os eleitores que votaram no ex-presidente nas eleições de 2022, 45% acreditam que Bolsonaro continuará inelegível, independentemente de articulações com Trump ou outros atores internacionais.
Já entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, a descrença é ainda mais contundente: 69% afirmam não ver nenhuma possibilidade de mudança no cenário jurídico que hoje impede Bolsonaro de disputar cargos eletivos.
A questão ganhou destaque nas últimas semanas após a reaproximação pública entre Bolsonaro e Trump, e diante de especulações sobre supostas pressões diplomáticas e articulações internacionais envolvendo setores conservadores. No entanto, especialistas apontam que não há precedentes legais ou institucionais que permitam a interferência de um líder estrangeiro nas decisões da Justiça Eleitoral brasileira.
A inelegibilidade de Jair Bolsonaro foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão o impede de disputar eleições até 2030.
A pesquisa Genial/Quaest entrevistou brasileiros em todo o território nacional e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. O levantamento reforça o isolamento político e jurídico do ex-presidente diante da Justiça, mesmo com o apoio declarado de figuras da direita internacional.