“Não há fome” na Faixa de Gaza, diz Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), disse no domingo (27.jul.2025) que “não há fome” na Faixa de Gaza. A declaração se deu no mesmo dia em que o Ministério das Relações Exteriores do país anunciou que haverá pausas diárias no conflito para permitir a ajuda humanitária em corredores e pontos de distribuição de alimentos. 

Israel é apresentado como se estivesse conduzindo uma campanha de fome em Gaza. Que mentira descarada. Não há política de fome em Gaza e não há fome em Gaza. Permitimos que a ajuda humanitária entre em Gaza durante toda a guerra”, declarou em conferência cristã em Jerusalém. Segundo o premiê, o Hamas “impede o fornecimento de ajuda humanitária” aos residentes do enclave. 

Permitimos a entrada da quantidade exigida pelo direito internacional. Há centenas e centenas de caminhões carregados com toneladas [de alimentos]. Fornecemos 1,9 milhão de toneladas de alimentos desde o início da guerra. Quase 2 milhões de toneladas. E, agora, temos centenas de caminhões esperando ao lado de Gaza”, disse Netanyahu.

Em comunicado oficial, o governo de Israel anunciou que a pausa para fins humanitários será realizada todos os dias, das 10h às 20h, nas áreas de Al-Mawasi, Deir al-Balah e Cidade de Gaza, até novo aviso.

As medidas se dão em um cenário de pressão internacional pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. O ministério israelense afirmou que a decisão foi coordenada com a ONU (Organização das Nações Unidas) e entidades internacionais.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) identificou aumento da desnutrição causada pela fome na Faixa de Gaza. O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a agência ficou impossibilitada de entregar qualquer tipo de alimento no território palestino durante quase 80 dias, de março a maio de 2025.

Israel interrompeu o fornecimento de suprimentos para Gaza em março. O bloqueio foi parcialmente suspenso em maio, mas as condições para a entrada de ajuda humanitária ainda limitam o acesso a alimentos.

O governo israelense justifica as restrições como medidas para evitar o desvio de recursos para o Hamas. Organizações humanitárias, por sua vez, indicam que apenas uma pequena parte da ajuda necessária chega efetivamente à população da Faixa de Gaza.