Sessão conduzida por juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes ouvirá 12 acusados, incluindo militares do Batalhão de Forças Especiais do Exército e um policial federal
Reportagem Sandra Venancio – Foto Felipe Sampaio/STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira (28), a partir das 9h, o último interrogatório dos réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A oitiva será conduzida por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
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Nesta etapa do processo, serão ouvidos os integrantes do chamado Núcleo 3 da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), composto por 11 militares do Exército e um agente da Polícia Federal. Segundo as investigações, o grupo teve participação direta na operacionalização dos atos golpistas, que incluíam a elaboração de documentos ilegais, planos de intervenção militar e tentativa de detenção de autoridades da República.
Parte dos militares interrogados integrava o Batalhão de Forças Especiais do Exército, unidade de elite cuja tropa é conhecida informalmente como “kids pretos”, em referência à vestimenta preta usada em operações especiais. De acordo com a PGR, os acusados mantinham contato direto com membros próximos ao ex-presidente Bolsonaro e participaram de reuniões e tratativas consideradas fundamentais para a execução da tentativa de ruptura democrática.
Os depoimentos colhidos nesta segunda-feira encerram a fase de interrogatórios do inquérito, que já ouviu outros núcleos da organização criminosa, incluindo civis e militares de alta patente. A conclusão dessa etapa é considerada fundamental para a consolidação das provas no processo que tramita no STF e pode resultar em condenações por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e tentativa de atentado contra a soberania nacional.
O ministro Alexandre de Moraes tem reforçado a gravidade dos fatos e a necessidade de responsabilização dos envolvidos para proteger a ordem constitucional. Com o encerramento dos interrogatórios, o processo segue para as alegações finais e posterior julgamento do mérito.
A defesa dos réus nega participação em qualquer trama golpista e sustenta que as acusações têm motivação política. Já a PGR afirma que há vasta documentação, interceptações e registros de mensagens que comprovam a intenção e o planejamento de um golpe contra a democracia brasileira.