Brasil negocia com EUA a quatro dias da tarifa de 50% sobre exportações, diz Alckmin

Alckmin afirma que governo mantém diálogo “com reservas” e elabora plano de contingência diante de medida que pode afetar produtos brasileiros

Reportagem Sandra Venancio – Foto Marcelo Camargo/Agencia Brasil

Faltando apenas quatro dias para a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo federal está em diálogo reservado com autoridades norte-americanas e prepara um plano de contingência.

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Em meio à escalada de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, declarou nesta segunda-feira (29) que o governo brasileiro está mantendo conversas com o governo dos EUA por meio de “canais institucionais” e “com reservas”. A fala ocorre a apenas quatro dias da implementação da tarifa de 50% que os norte-americanos planejam impor sobre produtos brasileiros, medida que ameaça impactar diretamente setores como aço, alumínio, agroindústria e tecnologia.

“Nós estamos permanentemente no diálogo e quero dizer a vocês que estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com reserva”, afirmou Alckmin durante coletiva de imprensa após o lançamento do Programa Acredita Exportação, em Brasília.

O vice-presidente também confirmou que um plano de contingência está sendo elaborado pelo governo federal para mitigar os possíveis efeitos da tarifa sobre a economia brasileira, especialmente nas exportações e no setor industrial. No entanto, ele reforçou que o foco prioritário da semana está nas negociações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos, buscando uma solução antes da aplicação das novas taxas.

As tarifas foram anunciadas pelo governo norte-americano como parte de uma revisão de políticas de proteção industrial e alegações de desequilíbrio comercial. A decisão gerou preocupação entre empresários brasileiros e organismos de comércio internacional, que veem risco de retaliações e prejuízos bilionários para as exportações nacionais.

Nos bastidores, diplomatas brasileiros indicam que há articulações junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) e a países aliados para tentar reverter ou amenizar a decisão americana. O Itamaraty, por ora, evita manifestações públicas, mas acompanha o caso com atenção.

Economistas alertam que, caso a tarifa seja aplicada, o impacto poderá afetar a balança comercial, o nível de empregos em setores exportadores e a atração de investimentos estrangeiros. O clima é de expectativa e tensão nos próximos dias, enquanto governo e empresários aguardam o desfecho das negociações.