A bancada do PL (Partido Liberal) na Câmara saiu em defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa nesta 3ª feira (29.jul.2025) na Itália, onde estava foragida desde junho.
Segundo o líder do partido na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), a congressista se apresentou voluntariamente as autoridades italianas para dar início ao pedido de asilo político.
“Esse gesto, firme e consciente, não é ato de fuga. É a consequência direta de um país que tem negado a seus representantes eleitos o direito à liberdade, ao contraditório e à legítima defesa”, disse o deputado em nota.
O líder do partido afirma que o país vive um momento de “constrangimento diplomático e democrático”, ao ver uma deputada buscar proteção internacional “por não enxergar as garantias mínimas do Estado de Direito” no Brasil.
“Estamos testemunhando o avanço de um estado de exceção camuflado, onde o Judiciário concentra poderes que não lhe foram atribuídos pela Constituição. Julga, censura, legisla, investiga e pune. Tudo sem controle, sem prazo, sem transparência e, principalmente, sem oposição que possa reagir sem ser punida”, declarou Sóstenes.
ENTENDA
Zambelli havia fugido para o país depois de ser condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 10 anos de prisão, no caso da invasão hacker ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
A deputada foi condenada em 14 de maio, por unanimidade da 1ª Turma do STF, pelos crimes de falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático qualificada. A pena total é de 10 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, além de 200 dias-multa e indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
Em 4 de junho, Moraes decretou a prisão da deputada depois de ela anunciar que havia deixado o Brasil. O ministro ainda determinou a inclusão de Zambelli na difusão vermelha da Interpol e bloqueou seus passaportes, contas bancárias, investimentos, veículos, imóveis e redes sociais.