Pedágios no Pará entram em fase de testes a partir de 1º de agosto

A partir das 00h do dia 1º de agosto de 2025, as praças de pedágio 1, 2, 7 e 8, localizadas nos 526,2 km de rodovias estaduais concedidas à empresa Rota do Pará (PA-150, PA-475, PA-483, Alça Viária e trechos das PA-252 e PA-151), iniciarão operação em fase “pedagógica”. Durante esse período, que se estende até 14 de agosto, não haverá cobrança de tarifas, e as equipes da concessionária orientarão os motoristas sobre o uso das praças e os serviços disponíveis. A cobrança de pedágio começará às 00h do dia 15 de agosto, conforme autorizado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra) e pela Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Artran).

Modernização e serviços prometidos

A concessão, iniciada em 2023 e válida por 30 anos, tem como objetivo melhorar a infraestrutura viária e oferecer maior segurança e conforto aos usuários. A Rota do Pará, responsável pela administração das rodovias que conectam a Região Metropolitana de Belém ao distrito de Morada Nova, em Marabá, promete transformar os trechos em rotas mais seguras, com tráfego mais fluido e assistência 24 horas, incluindo guinchos e ambulâncias. Outras melhorias incluem a construção de acostamentos, passarelas para pedestres, alargamento de pontes e serviços como postos de descanso e banheiros.

Segundo Wilton Filho, diretor presidente da Rota do Pará, os investimentos estão divididos em três ciclos. O primeiro, já em curso, envolveu R$245 milhões em manutenções emergenciais, sinalização, limpeza e implementação de serviços básicos. Entre 2026 e 2030, o segundo ciclo prevê ampliações de capacidade e novas melhorias. De 2031 a 2054, a empresa planeja obras adicionais de manutenção e ampliação, incluindo 246,8 km de acostamentos, 11 passarelas e 52 alargamentos de pontes. A monitoração das praças de pedágio será feita 24 horas por dia com suporte tecnológico.

Tarifas e isenções

A tarifa de pedágio ainda não foi oficialmente definida, mas a Rota do Pará estima um valor médio de R$10 por trecho, um dos mais baixos do país. A Artran determinará os valores finais com base no número de eixos e tipo de rodagem dos veículos. Motocicletas e veículos oficiais da União, estados e municípios serão isentos de cobrança, uma decisão que considera a importância das motos para moradores de áreas rurais, conforme destacou Wilton Filho: “Sabemos como este modelo de transporte é essencial para a população, especialmente na zona rural.”

Os pagamentos poderão ser feitos em dinheiro, cartões de crédito e débito (sem taxa adicional), PIX ou pelo sistema automático de cobrança (AVI). Usuários frequentes de automóveis de passeio terão direito ao Desconto de Usuário Frequente (DUF), aplicado automaticamente para quem utilizar o sistema AVI e passar pela mesma praça, no mesmo sentido, pelo menos duas vezes por mês.

Benefícios econômicos e críticas

A Rota do Pará estima que a concessão gerará R$2,6 bilhões em impostos e R$2,9 bilhões em economia para o poder público, além de criar empregos diretos e indiretos. Cidades como Abaetetuba, Acará, Barcarena, Breu Branco, Goianésia do Pará, Ipixuna do Pará, Jacundá, Marabá, Moju, Nova Ipixuna e Tailândia já receberam melhorias, mas a empresa planeja continuar aprimorando as rodovias ao longo dos 30 anos de concessão.

Apesar das promessas, críticas têm surgido nas redes sociais. Usuários apontam problemas como buracos nas pistas, especialmente no trecho entre Moju e Tailândia, e questionam a cobrança de pedágio antes da conclusão de melhorias como acostamentos, duplicações e terceiras faixas. Outro ponto levantado é a falta de sinal de internet e telefonia em alguns trechos, dificultando o acesso a serviços como guinchos e ambulâncias. Um comentário nas redes sociais resumiu a insatisfação: “Os usuários é que serão responsáveis, através do pagamento de pedágios, pela ampliação das vias e oferta de serviços essenciais. Não deveria ser o contrário, só pagarmos após essas melhorias?”

A Seinfra reforçou que a cobrança só será liberada após vistorias que confirmem a modernização e revitalização das vias. A Artran divulgará os valores finais das tarifas antes do início da cobrança, em 15 de agosto. Enquanto isso, a fase pedagógica busca familiarizar os motoristas com o novo sistema, marcando o início de uma nova era para as rodovias paraenses.

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