A sanção imposta ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes nesta 4ª feira (30.jul.2025) repercutiu como mais um capítulo do embate político entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil.
Os jornais deram destaque ao fato de a medida estar diretamente relacionada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à política externa adotada pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano), que já havia anunciado tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A taxação entra em vigor em 6 de agosto.
Eis o que disseram alguns jornais internacionais:
- New York Times (EUA) – afirmou que as sanções marcam uma “escalada significativa” da pressão de Trump sobre o Brasil. Destacou que as tarifas, as mais altas do ano, excluem produtos-chave como aeronaves e combustíveis, e que o Brasil é o único país tarifado mesmo com superavit comercial dos EUA. Também informou que Moraes lidera um processo acusado pelo governo norte-americano de violar direitos fundamentais.
- Washington Post (EUA) – disse que o governo Trump elevou a tensão com o Brasil sobre o processo contra Bolsonaro. Também declarou que Moraes é acusado de supressão da liberdade de expressão e detenções arbitrárias. Relatou que as sanções incluem congelamento de bens e restrição de vistos.
- Reuters (Reino Unido) – destacou a justificativa do governo dos EUA de que Moraes foi sancionado por “autorizar detenções arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão”. A agência associou a decisão ao anúncio das tarifas de Trump, feitas como resposta à suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
- Clarín (Argentina) – classificou as sanções como parte de uma ofensiva política de Trump contra o governo Lula. Relatou que houve resistência interna à medida dentro do próprio governo norte-americano, por receio de danos à imagem dos EUA.
- La Nación (Argentina) – afirmou que a sanção a Moraes é parte da repressão do governo Trump contra o Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro.
AS SANÇÕES CONTRA MORAES
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta 4ª feira (30.jul.2025) a inclusão de Moraes na Lei Magnitsky, utilizada para impor sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.
Segundo o texto, Moraes “usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”.
A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano. Leia a íntegra do comunicado (PDF – 187 kB).