A Polícia Federal realizou buscas na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e na residência de seu presidente, Samir Xaud, na manhã desta 4ª feira (30.jul.2025), como parte da Operação Caixa Preta, que investiga possível compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Roraima. O dirigente é suplente da deputada federal Helena Lima (MDB-RR), que está no centro das investigações.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em endereços em Roraima e no Rio de Janeiro. A Justiça Eleitoral determinou o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados na operação.
Além do presidente da CBF, foram alvos de buscas a deputada Helena Lima, seu marido, o empresário Renildo Lima, e o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Roraima, Igo Brasil. Outros 6 mandados completam os 10 emitidos pela Justiça Eleitoral.
A investigação começou em setembro de 2024, quando Renildo Lima foi flagrado com R$ 500 mil em espécie durante as eleições municipais. Parte do dinheiro estava escondida em sua roupa íntima no momento da abordagem.
Samir Xaud e Helena Lima pertencem ao mesmo partido, o MDB, e integram o mesmo grupo político em Roraima. O dirigente tentou uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2022, mas não conseguiu se eleger.
Samir Xaud, 41 anos, assumiu a presidência da CBF em maio de 2025. É médico, natural de Boa Vista e filho de Zeca Xaud, que preside a FRF (Federação Roraimense de Futebol) desde 1975. O dirigente é suplente de Helena Lima, que está em seu primeiro mandato como deputada federal.
Helena Lima é formada em Ciências Biológicas pela UFRR (Universidade Federal de Roraima) e declarou patrimônio de R$ 10 milhões ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Sua família controla a Asatur, empresa de transporte rodoviário com 10 agências no estado, além da Voare Táxi Aéreo, única do setor privado em operação em Roraima.
O Poder360 entrou em contato com a CBF, mas até o momento não teve retorno. O espaço segue aberto a manifestações.