Governo britânico impõe prazo para Israel aceitar medidas humanitárias em Gaza; decisão segue movimento da França e pode marcar virada histórica no posicionamento de potências ocidentais
Sandra Venancio – Foto IRNA/Vias Fotos Públicas
O Reino Unido anunciou nesta terça-feira (29) que reconhecerá oficialmente a Palestina como Estado soberano até setembro de 2025, caso Israel rejeite as condições propostas para um cessar-fogo duradouro e medidas humanitárias na Faixa de Gaza. A decisão amplia a pressão internacional sobre o governo de Tel Aviv, que se opõe à criação de um Estado palestino.
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O governo britânico informou nesta terça-feira (29) que está pronto para reconhecer oficialmente a Palestina como um Estado soberano até setembro deste ano, caso Israel continue a rejeitar propostas de cessar-fogo e medidas voltadas à proteção de civis na Faixa de Gaza. A decisão ocorre em meio à intensificação das críticas internacionais às ações militares israelenses e ao colapso humanitário no enclave palestino.
De acordo com fontes do Ministério das Relações Exteriores britânico, o reconhecimento será levado adiante se Israel não demonstrar avanços concretos no cumprimento de condições estabelecidas por aliados europeus — entre elas, a suspensão dos bombardeios a áreas civis, a liberação de ajuda humanitária e o início de negociações políticas com lideranças palestinas.
A medida britânica ocorre cinco dias após a França anunciar uma decisão semelhante: Paris declarou que apoiará a admissão plena da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU) e fará o reconhecimento bilateral também até setembro.
Com isso, Reino Unido e França podem se tornar as primeiras potências ocidentais a reconhecerem oficialmente o Estado palestino no atual contexto geopolítico, desafiando a posição histórica de Israel e dos Estados Unidos.
O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, reagiu com críticas à iniciativa europeia, reiterando sua oposição à criação de um Estado palestino e acusando os países ocidentais de “recompensar o terrorismo”. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que qualquer tentativa de reconhecimento unilateral “mina os esforços de paz e incentiva o radicalismo”.
Já a Autoridade Palestina celebrou a decisão britânica como “um passo histórico em direção à justiça” e instou outros países da União Europeia a seguirem o mesmo caminho. Diversos países do Sul Global, como Brasil, África do Sul e Indonésia, já reconhecem a Palestina como Estado há anos.
Nos bastidores, diplomatas britânicos afirmam que o reconhecimento da Palestina não depende mais exclusivamente de um acordo bilateral com Israel, mas de um imperativo humanitário e estratégico diante da escalada do conflito em Gaza.