Bureau da Convenção do Clima, em Bonn, na Alemanha. Foto: Lara Murillo/U.N. Climate Change
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP-30, afirmou que alguns países pediram para que a conferência, marcada para ocorrer em Belém de 10 a 21 de novembro, seja transferida para outra cidade devido ao custo da hospedagem. Segundo ele, hotéis da capital paraense estão cobrando até 15 vezes o valor normal das diárias, o que inviabiliza a participação de delegações, especialmente de países mais pobres.
Lago reconheceu que o aumento de preços é comum nas cidades que sediam a cúpula, mas classificou a situação em Belém como “extorsiva” e “abusiva”. Ele disse que há revolta entre representantes internacionais e que a questão foi levantada por membros do Bureau da Convenção do Clima, com pedidos formais para a mudança de sede. O representante dos países africanos, Richard Muyungi, declarou à Reuters que o tema voltará a ser discutido em 11 de agosto.
“Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis passaram a pedir o dobro ou triplo do valor, no caso de Belém estão pedindo mais de 10 vezes. Então, há uma sensação literalmente de revolta dos países por essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países de menor desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos e abusivos. De fato os preços de Belém estão completamente abusivos, mais de 10 vezes e, em vários casos, 15 vezes o valor que os hotéis normalmente cobram”, disse.
O governo brasileiro, por meio da Casa Civil, tenta convencer os hotéis a reverem as tarifas, embora a legislação não permita impor preços. Segundo Lago, o risco de perda do evento deve ser levado em conta pelo setor hoteleiro. Delegações já manifestaram oficialmente a possibilidade de reduzir o número de integrantes para conter custos, e o assunto tem sido tratado em comunicações diplomáticas.
Apesar da polêmica, Lago destacou a importância da COP-30 para medir o avanço em relação à meta de limitar o aquecimento global a 1,5 °C. O evento, que dá sequência ao processo iniciado na Rio-92, terá espaço para discutir soluções tecnológicas e um novo modelo econômico de baixo carbono. A Iniciativa Climática para Óleo e Gás (OGCI) será convidada para participar das negociações na Zona Azul.
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