Na última quarta-feira (30/7), moradores da comunidade de Viçosa, no município de Chaves, no arquipélago do Marajó, foram surpreendidos por uma cena incomum: uma baleia de aproximadamente 14 metros encalhada na faixa de areia, em frente à fazenda Periquito. O animal, encontrado já sem vida e em estado avançado de decomposição, virou assunto nas redes sociais na quinta-feira (31/7), com vídeos e fotos que mostram a curiosidade e o espanto dos fazendeiros locais. “Olha aí: a boca da bicha é muito grande. Dá até para ver a língua dela ali”, exclamou um morador ao registrar o momento.
O caso está sendo investigado por pesquisadores do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC), que suspeitam que o animal seja uma baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei), uma espécie que vive em águas temperadas e tropicais e não migra para regiões polares. A coordenadora do PCMC no Amapá, Claudia Funi, informou que o animal é um macho adulto, mas sua identificação ainda depende de análises detalhadas. “Ele está de costas, e como é muito pesado, ainda não conseguimos virar para confirmar se é uma baleia-de-bryde, que tem uma nadadeira dorsal bem específica”, explicou Claudia.
A baleia foi localizada durante a maré baixa, e há suspeitas de que as fortes correntes da região podem tê-la levado até a costa, embora essa hipótese ainda não tenha sido confirmada. Partes do animal, como capa de gordura, músculos e amostras de sangue, foram coletadas para análise no laboratório do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). Nos próximos dias, uma equipe retornará ao local para desossar o animal e trazer o esqueleto a Macapá, a cerca de quatro horas de barco, para estudos adicionais.
A baleia-de-bryde, se confirmada, é uma espécie que pode atingir até 15,5 metros e pesar 40 toneladas. Conhecida por viver sozinha ou em pares, ela se reúne em grupos de até 20 indivíduos em áreas ricas em alimento, nadando a velocidades de até 25 km/h e mergulhando a profundidades de 300 metros. A causa da morte do animal permanece desconhecida, e a decomposição avançada dificulta as investigações iniciais.
O encalhe, raro na região, gerou comoção entre os moradores de Viçosa, que compartilharam imagens do animal nas redes sociais, destacando seu tamanho impressionante. Os pesquisadores buscam entender o que levou o gigante dos mares a encalhar. O trabalho do PCMC deve trazer respostas nos próximos dias, esclarecendo não apenas a espécie, mas também as circunstâncias desse evento que marcou a comunidade local.
Com informações do G1
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