Estresse crônico: esse banho de ervas virou meu refúgio em tempos difíceis

Estresse crônico esse banho de ervas virou meu refúgio em tempos difíceis
Estresse crônico esse banho de ervas virou meu refúgio em tempos difíceis

O corpo fala, mas a gente custa a ouvir. Comigo, foi a insônia que bateu primeiro. Depois, vieram os esquecimentos bobos, a sensação constante de cansaço, e uma irritação que surgia do nada. O diagnóstico: estresse crônico. A surpresa? Um simples banho de ervas foi o primeiro passo real na minha recuperação. Não um banho qualquer, mas um ritual simples, silencioso, que passou a fazer parte da minha rotina como um santuário.

O que é o estresse crônico e por que ele nos adoece

Estresse crônico não é só “estar estressado”. É um estado de alerta constante, como se o corpo estivesse sempre esperando algo ruim acontecer. O problema é que o organismo não foi feito para viver assim por muito tempo. Hormônios como o cortisol, que deveriam agir em emergências, permanecem elevados, prejudicando o sistema imunológico, a digestão, a concentração e até a saúde da pele.

Muita gente nem percebe que vive nesse estado. As queixas mais comuns? Insônia, irritabilidade, queda de cabelo, baixa libido, dores musculares e até enxaquecas frequentes. E quando a gente tenta apenas “aguentar firme”, o corpo cobra — mais cedo ou mais tarde.

O poder simbólico e fisiológico do banho de ervas

A prática dos banhos com ervas é ancestral. Povos indígenas, africanos e orientais sempre usaram plantas para equilibrar corpo, mente e espírito. O que me surpreendeu foi descobrir que, além do lado espiritual e ritualístico, há também comprovação científica de que muitas ervas utilizadas nesses banhos têm efeitos fisiológicos reais.

Ervas como lavanda, camomila e alecrim têm propriedades calmantes, anti-inflamatórias e relaxantes. A inalação dos óleos essenciais liberados na água quente ativa o sistema límbico, parte do cérebro associada às emoções. O resultado é uma sensação real de acolhimento e alívio, como se algo destravasse por dentro.

Meu ritual noturno: lavanda, manjericão e camomila

Foi uma terapeuta holística que me sugeriu começar com lavanda, manjericão e camomila. A lavanda, com seu aroma floral, ajudaria na ansiedade e na indução do sono. O manjericão, além de purificador, aliviaria o esgotamento mental. Já a camomila traria uma sensação de conforto e amparo.

Coloco um punhado de cada erva (seca ou fresca) em uma bacia com água fervente e deixo infusionar por 10 minutos. Depois, coo e levo essa infusão para o chuveiro. Tomo meu banho normalmente e, por fim, jogo a água do pescoço para baixo, em silêncio. Sem celular, sem luz forte, sem pressa. Só eu e a água.

Banho de ervas é um resgate do cuidado consigo

Muita gente vê o banho de ervas apenas como superstição, mas o que experimentei foi um reencontro comigo mesma. O ritual me obrigava a parar, preparar a água, escolher as ervas, respirar fundo. Em tempos onde tudo é urgente e digital, essa pausa se tornou um pequeno milagre diário.

Foi nesse processo que entendi que o estresse crônico não se trata só com remédios, mas com uma mudança completa de ritmo e atenção. O banho virou minha porta de entrada para uma nova relação com meu corpo, com meu tempo e até com a espiritualidade.

Outras ervas que ajudam a aliviar o estresse

Além das minhas preferidas, testei outras combinações. O alecrim ajuda a limpar energias densas e dá foco. A hortelã refresca e renova. O boldo, apesar do cheiro forte, traz uma sensação de alívio e desintoxicação. Em dias mais pesados, uso arruda para descarregar a tensão emocional.

O segredo está em ouvir o corpo e perceber quais aromas e sensações funcionam melhor em cada momento. Às vezes é um banho de relaxamento; em outras, um ritual de limpeza energética. Ambos funcionam como âncoras em dias turbulentos.

Banho não cura tudo, mas abre espaço para a cura

Importante dizer: um banho de ervas não substitui acompanhamento psicológico ou médico. Mas ele pode ser um complemento poderoso. É um gesto de autocuidado, um ritual que dá contorno às emoções, um momento de silêncio que nos reconecta ao corpo e às necessidades dele.

Nessa jornada, percebi que o estresse crônico pede mais do que descanso: ele exige presença. E, curiosamente, jogar uma água morna com cheiro de planta sobre a pele me trouxe exatamente isso — presença. Estar ali, por inteiro, sentindo, soltando, respirando. Algo que eu tinha esquecido como era.

Você também pode transformar o banho em um refúgio

Não é preciso ser místico, nem saber de cor o nome das plantas. Basta estar disposto a desacelerar e se permitir esse gesto. Pode começar simples: lavanda seca e camomila de sachê já fazem milagres. Com o tempo, você vai criando suas próprias misturas e seus próprios significados.

Quando o estresse bate à porta, não é sinal de fraqueza — é um grito de socorro do corpo. E às vezes, tudo que ele pede é que você pare. Prepare um banho. E fique um pouco em silêncio com você mesmo.

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