O Ministério da Saúde de Gaza informou ao jornal Al Jazeera que 94 palestinos morreram e 439 ficaram feridos em ataques israelenses na região. Os dados, divulgados na 2ª feira (4.ago.2025), são relativos às últimas 24 horas. Destes, 29 morreram enquanto buscavam ajuda humanitária.
Já a PRCS (Sociedade do Crescente Vermelho Palestino) informou que o colaborador Omar Isleem morreu, além de 2 outros funcionários e 1 civil terem sido feridos depois de ataque à sede do Crescente Vermelho, em Khan Younis.
“A instalação, claramente identificada com o emblema do Crescente Vermelho —protegido pelas normas universalmente reconhecidas do direito internacional humanitário— teria sido atingida diversas vezes, incluindo os andares térreo e 2º, enquanto as equipes do PRCS evacuavam o prédio e tentavam conter o fogo”, afirmou em nota.
O Crescente Vermelho informou que, desde o início do conflito, 51 voluntários foram mortos, 31 deles durante ações humanitárias enquanto usavam o símbolo da Sociedade, que deveria garantir a proteção dessas pessoas, segundo acordos internacionais.
As autoridades de saúde palestinas registraram 5 novas mortes por fome e desnutrição no período de 24 horas. O total de óbitos por essas causas alcançou 180 pessoas, incluindo 93 crianças.
A crise humanitária se intensifica com civis sendo atingidos enquanto buscam acessar suprimentos básicos. Os bombardeios e incursões terrestres continuam em diversas localidades de Gaza.
Os ataques israelenses ocorrem em diferentes áreas da Faixa de Gaza, território palestino com alta densidade populacional que tem sido alvo de operações militares israelenses há quase 2 anos. O conflito teve início no dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista Hamas atacou Israel e assassinou ou sequestrou mais de 1.200 pessoas.
Leia a íntegra da nota do Crescente Vermelho em conjunto com a Cruz Vermelha:
“A IFRC (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho) condena veementemente o ataque à sede da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino em Khan Younis, que resultou na morte do colaborador Omar Isleem, além de deixar 2 funcionários feridos e 1 civil que tentava apagar o incêndio no local.
A instalação, claramente identificada com o emblema do Crescente Vermelho —protegido pelas normas universalmente reconhecidas do direito internacional humanitário —teria sido atingida diversas vezes, incluindo os andares térreo e segundo, enquanto as equipes do PRCS evacuavam o prédio e tentavam conter o fogo.
Desde o início deste conflito, 51 colaboradores e voluntários do PRCS perderam a vida. Desses, 31 —sendo 29 em Gaza e 2 na Cisjordânia— morreram em serviço, usando o emblema do Crescente Vermelho, que deveria garantir sua proteção conforme o direito internacional humanitário.
Lamentamos profundamente esta trágica perda e expressamos nossas mais sinceras condolências à família de Omar Isleem, seus colegas e toda a equipe do PRCS.
A presidente da IFRC, Kate Forbes, declarou: ‘Estou indignada e arrasada com as terríveis notícias vindas de Gaza. Ofereço minhas mais profundas condolências à família, amigos e colegas de Omar Isleem. Meus pensamentos também estão com os feridos e com todos os funcionários e voluntários do PRCS’.
O secretário-geral da IFRC, Jagan Chapagain, afirmou: ‘Estou horrorizado e consternado com este ataque. É impossível enfatizar o suficiente que trabalhadores humanitários e suas instalações devem ser protegidos. Isso é um imperativo moral e legal’.
Há quase 2 anos, o PRCS presta serviços de ambulância e assistência médica essencial sob condições extremamente perigosas e contínuas em Gaza, cuidando dos feridos em meio às hostilidades. Com o sistema de saúde à beira do colapso e os recursos médicos praticamente esgotados, as equipes do PRCS continuam sendo um elo vital para a população civil em necessidade urgente de ajuda.
Este ataque representa um grave lembrete das condições inaceitáveis enfrentadas por trabalhadores humanitários e civis em Gaza.
Manifestamos nossa total solidariedade à Sociedade do Crescente Vermelho Palestino.
Reiteramos nossos apelos:
- Civis devem ser protegidos.
- Trabalhadores humanitários devem ser protegidos.
- O emblema do Crescente Vermelho deve ser respeitado e protegido.
Não há justificativas.”