O Congresso Nacional instala nesta 3ª feira (5.ago.2025) a Comissão Mista da Medida Provisória 1.300 de 2025 (PDF – 342 kB), que trata da reforma do modelo comercial do setor elétrico brasileiro.
Editada em 21 de maio, a MP altera 8 leis que regulam a produção, distribuição e comercialização de energia elétrica no Brasil. Até o momento, a medida já recebeu 600 emendas de senadores e deputados.
A MP precisa ser analisada pela comissão antes de seguir para votação nos plenários da Câmara e do Senado. O prazo para apresentação do parecer vence em 18 de setembro de 2025.
Em julho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que a reforma do setor elétrico precisa ser aprovada sem “fatiamento” para ser uma medida equilibrada. Também defendeu que a proposta cumpra a pretensão do governo federal de aumentar a “justiça social”.
“Seria irresponsável com o setor elétrico do país desmembrar a MP (Medida Provisória). Estaríamos deixando de ter uma grande oportunidade de fazer a abertura de mercado depois de tanto sacrifício e trabalho”, afirmou durante sessão na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, convocada para debater a reforma do setor elétrico.
Entre as mudanças estão:
- Isenção da tarifa de energia elétrica para famílias de baixa renda, inscritas no CadÚnico (Cadastro Único), que consumam até 80 kWh (quilowatt-hora) por mês. A isenção entrou em vigor em 5 de julho;
- Revisão dos subsídios cruzados, considerados, pelo governo federal, como onerosos e mal distribuídos. A medida servirá para reduzir o custo da energia para o consumidor médio e financiar a isenção;
- Redistribuição de tarifas, que visa mudar o que o governo considera distorções do atual modelo, no qual consumidores mais pobres acabam pagando, indiretamente, por benefícios dados a outros grupos. A ideia central é que quem pode pagar mais, pague mais –e quem consome pouco e tem baixa renda, pague menos ou nada;
- Abertura gradual de pequenos comércios e consumidores residenciais ao mercado livre de energia.
A proposta também cria o SUI (Supridor de Última Instância), agente responsável por garantir o fornecimento de energia aos consumidores do mercado livre que fiquem temporariamente sem contrato.
A medida ofereceria mais segurança para consumidores que optam por migrar do mercado regulado, onde há fornecimento garantido pelas distribuidoras.
O governo justifica a edição da medida provisória pela necessidade de modernizar o setor, ampliar a liberdade de escolha dos consumidores e reduzir distorções na alocação de custos.
A comissão será composta por 13 senadores titulares e 13 suplentes e por 13 deputados titulares e 13 suplentes.
Eis os congressistas titulares que farão parte da Comissão:
- Senador Eduardo Braga (MDB-AM);
- Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB);
- Senador Efraim Filho (União-PB);
- Senador Carlos Viana (Podemos-MG);
- Senador Lucas Barreto (PSD-AP);
- Senador Sérgio Petecão (PSD-AC);
- Senador Cid Gomes (PSB-CE);
- Senador Rogério Marinho (PL-RN);
- Senador Wellington Fagundes (PL-MT);
- Senador Weverton (PDT-MA);
- Senador Paulo Paim (PT-RS);
- Senador Laércio Oliveira (PP-SE);
- Senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR);
- Deputado João Carlos Bacelar (PL-BA);
- Deputado Joaquim Passarinho (PL-PA);
- Deputado Vander Loubet (PT-MS);
- Deputado Pedro Uczai (PT-SC);
- Deputado Fernando Coelho Filho (União-PE);
- Deputado Geraldo Mendes (União-PR);
- Deputado Marx Beltrão (PP-AL);
- Deputado Keniston Braga (MDB-PA);
- Deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA);
- Deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG);
- Deputada Nely Aquino (Podemos-MG);
- Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP); e
- Deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).