Jim Acosta entrevista IA de estudante morto em escola da Flórida

Uma entrevista realizada com uma versão criada por IA (Inteligência Artificial) de Joaquin Oliver –uma das 17 vítimas do ataque a tiros na escola Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, em 2018– causou controvérsia nos Estados Unidos. A conversa foi realizada na 2ª feira (4.ago.2025), data em que Oliver completaria 25 anos.

A entrevista foi conduzida por Jim Acosta, excorrespondente-chefe da Casa Branca da CNN e agora jornalista independente. As imagens mostram Joaquin recriado a partir de uma fotografia, com expressões faciais e voz feitas por IA. 

Durante a conversa, Acosta pergunta ao entrevistado o que se passou. Ele respondeu: “Fui tirado deste mundo cedo demais devido à violência armada na escola. É importante falar sobre essas questões para que possamos criar um futuro mais seguro para todos”. A narração tem entonação robótica, e os movimentos faciais são pouco naturais.

Assista (47min09s):

O pai de Joaquin, Manuel Oliver, foi o responsável por convidar Acosta para o projeto. Ele afirmou que entende que se trata de uma versão artificial do filho, e que isso não o traz de volta, mas descreveu a experiência como uma bênção. “Senti que estava falando com Joaquin. Foi algo lindo”, disse.

A iniciativa, no entanto, causou reações mistas. Algumas pessoas consideraram o vídeo emocionante e provocativo, enquanto outras criticaram a decisão de recriar uma pessoa morta com IA, apontando questões éticas, uso indevido da imagem e risco de banalização.

No ano anterior, Joaquin e outras 5 vítimas já tiveram suas vozes recriadas para uma campanha chamada “The Shotline”, que realizou chamadas automáticas a congressistas norte-americanos exigindo reformas nas leis armamentistas dos Estados Unidos.

O ataque à escola se deu em 14 de fevereiro de 2018 e deixou 17 mortos. Nikolas Cruz, ex-aluno da instituição, foi preso, se declarou culpado em 2021 e, em 2022, foi condenado a 34 penas de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.