Modelo sofre ataques racistas após vencer concurso de beleza no Pará

A influenciadora digital e modelo paraense Pamela Caroline foi alvo de ataques racistas nas redes sociais e nos bastidores do concurso Garota Verão 2025, realizado em São Francisco do Pará, no nordeste do estado. O evento, que terminou com um empate entre duas candidatas, decisão validada pela comissão organizadora, gerou insatisfação em parte do público, especialmente entre apoiadores da outra concorrente, desencadeando uma onda de ofensas contra Pamela.

A modelo relatou o impacto dos ataques, que incluíram cerca de 200 perfis falsos bloqueados, além de comentários de perfis reais ligados à família e amigos da outra candidata. “Infelizmente sofri muitos ataques, inclusive da própria candidata. Foram de teor racial, principalmente. Só pelo fato de não aceitarem o empate. Já tenho um processo de racismo na Justiça. Foram muitas ofensas, xingamentos e comentários sobre a minha aparência. Mas a luta continua pelo nosso lugar”, desabafou Pamela, destacando a violência emocional e social sofrida.

A assessoria jurídica de Pamela Caroline emitiu uma nota oficial repudiando os ataques racistas, difamatórios e de incitação ao ódio. Segundo o comunicado, imagens da influenciadora foram usadas de forma indevida para promover preconceito e deslegitimar o resultado do concurso. “É inadmissível que, em pleno século XXI, mulheres negras sigam sendo alvos de ataques por ocuparem espaços de visibilidade e representatividade”, afirmou a nota, reforçando que medidas legais nas esferas cível e criminal já estão em andamento para responsabilizar os autores.

O caso, que ganhou repercussão nas redes sociais, expõe a persistência do racismo em eventos culturais e a necessidade de combater a intolerância. A nota da assessoria destaca que Pamela seguirá firme em sua trajetória, promovendo a cultura paraense e defendendo a igualdade. “Atos de racismo não serão tolerados. Pamela Caroline continuará pautada pela luta contra o preconceito e pela valorização da diversidade”, concluiu o comunicado.

Racismo é crime, previsto na Lei nº 7.716/1989, e manifestações de ódio ou discriminação devem ser denunciadas às autoridades. O caso de Pamela Caroline reacende o debate sobre o respeito em espaços de representatividade, enquanto a cidade de São Francisco do Pará aguarda a apuração das denúncias e a punição dos responsáveis.

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