Donald Trump é declarado persona non grata em Belém; veja como votou cada vereador

Como se a capital paraense não tivesse problemas mais sérios para resolver, a Câmara Municipal de Belém aprovou, nesta quarta-feira (6) uma moção que declara o presidente estadunidense Donald Trump como persona non grata na cidade.

A decisão simbólica tem caráter político e expressa repúdio à tentativa de Trump de interferir em assuntos internos do Brasil, especialmente no contexto das relações entre o presidente dos EUA e setores bolsonaristas.

Apesar do requerimento ter sido idealizado pelo vereador Alfredo Costa (PT), a moção teve a vereadora Marinor Brito (PSOL) como uma das principais vozes em defesa e destacou a gravidade da atuação de Trump, que segundo ela, atenta contra a soberania nacional e se alinha a uma “lógica fascista e intervencionista” que o povo brasileiro precisa enfrentar.

“Nós estamos aqui, líderes, para repudiar esse tarifaço e para repudiar a tentativa do governo Trump de interferir na soberania”, afirmou Marinor durante sua fala no plenário.

A parlamentar também contextualizou a medida como parte de um momento de afirmação do Brasil no cenário internacional, liderado pelo atual governo federal. Segundo ela, enquanto o país busca retomar políticas públicas e o protagonismo externo, figuras como Trump tentam desestabilizar a democracia brasileira por meio de pressões econômicas e políticas.

Durante o discurso, Marinor citou os impactos da política externa norte-americana na economia brasileira, mencionando especificamente a ameaça de tarifas que poderiam atingir cadeias produtivas como a do açaí e a mineração na região amazônica.

A aprovação da moção pela Câmara de Belém se soma a outras manifestações críticas que vêm surgindo em diferentes esferas políticas do país em relação à postura internacional de Trump e seus aliados.

Após a repercussão da aprovação, o deputado estadual Rogério Barra (PL) publicou nas redes sociais que oficializou na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, um pedido de suspensão de visto dos vereadores que votaram em favor da moção.

“É inacreditável que às vésperas da COP 30 esses parlamentares usem a Câmara de Belém para provocar um incidente diplomático que pode atingir não só Belém, mas o Brasil inteiro, num momento de grandes tensões internacionais”, declarou ele.

Com o placar favorável de 12 votos, nove contrários e duas abstenções, chamou atenção o número de vereadores ausentes: 12. Veja como votou cada um deles:

A favor – 12
Alfredo Costa (PT)
Igor Andrade (REDE)
João Coelho (PDT)
John Wayne (MDB)
Lulu das Comunidades (PSDB)
Marinor Brito (PSOL)
Nay Barbalho (PP)
Néia Marques (PT)
Renan Normando (MDB)
Rodrigo Moraes (PC do B)
Vivi Reis (PSOL)
Zeca do Barreiro (UNIÃO)

Contra – 9
Ágatha Barra (PL)
André Martha (PSD)
Augusto Santos (Republicanos)
Fábio Souza (MDB)
Jorge Vaz (PRD)
Marcos Xavier (Republicanos)
Michell Durans (PSB)
Patrícia Queiroz (PP)
Zezinho Lima (PL)

Abstenções – 2
Pastora Salete (PSD)
Raquel dos Animais (PDT)

Ausentes – 12
Adalberto Júnior (MDB)
Bieco (MDB)
Blenda Quaresma (MDB)
Felipe Vinagre (UNIÃO)
Josias Higino (PSD)
Mayky Vilaça (PL)
Moa Moraes (PV)
Pablo Farah (MDB)
Rildo Pessoa (MDB)
Roni Gás (MDB)
Túlio Neves (PSD)
Vitor Sales (UNIÃO)

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