O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), reafirmou nesta 4ª feira (6.ago.2025) que o evento será realizado em Belém (PA): “É o plano A e o plano B.”
Segundo o embaixador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao definir Belém como sede da conferência, teve a intenção de mostrar ao mundo os desafios enfrentados pelo povo paraense.
“Belém é a realidade esmagadora da maioria do mundo. Queremos mostrar que é um lugar em que as pessoas não vão ter um bom momento. Não queremos que as delegações achem que é um resort”, afirmou o presidente.
Corrêa do Lago participou da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados para esclarecer dúvidas dos congressistas acerca da organização da conferência.
Em relação à crise acerca das acomodações para as delegações internacionais, o embaixador atribuiu a alta dos preços ofertados aos hotéis, que teriam se tornado “referência” no preço para proprietários de apartamentos locáveis.
“A questão das locações está mais relacionada ao preço do que para a oferta. Há leitos. A estimativa de preços que é o problema que enfrentamos. Enquanto outras COPs os preços dobravam ou triplicavam, no Brasil estão cerca de 10 ou 15 vezes mais caros”, afirmou.
O presidente também assegurou que as entidades de monitoramento do direito do consumidor trabalham para democratizar o acesso ao evento para a comunidade nacional e internacional. “Toda a parte legal já foi examinada pela Secop (Secretaria Extraordinária para a COP30).”
Sobre a desmobilização de delegações internacionais, Corrêa do Lago afirmou que os cuidados para receber os países estão sendo implementados, mas que a comunidade que possui intenção de debater as mudanças climáticas deve comparecer à COP30.
“Os delegados são como jogadores de futebol em uma Copa do Mundo. Se eles não aparecem, não tem jogo”, declarou.
Diversos líderes mundiais já anunciaram que não comparecerão ao evento realizado em novembro. A mais recente ausência confirmada foi do presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen (independente), que justificou o não-comparecimento em razão dos altos custos logísticos para vir ao Brasil.