Bia Miranda e outros 14 influenciadores são alvos de operação policial por divulgação do “Jogo do Tigrinho”

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro deflagrou, nesta quinta-feira (7), a Operação Desfortuna, com o objetivo de desmantelar um suposto esquema criminoso de promoção ilegal de jogos de azar online. De acordo com as autoridades, o grupo também é investigado por lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A ação ocorreu simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, tendo como um dos principais alvos a influenciadora Bia Miranda, além de outros 14 influenciadores digitais.

A informação foi publicada pelo G1, que também destacou que o caso ganhou notoriedade por envolver personalidades com grande alcance nas redes sociais, utilizadas como principal meio de divulgação do chamado “jogo do tigrinho”.

Esquema sofisticado e bilhões movimentados

Segundo a Polícia Civil, a atuação dos influenciadores não se restringia à simples propaganda do jogo. A investigação apontou que os suspeitos integravam uma estrutura organizada, com funções definidas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada, criando um esquema que se estendia por diversas frentes.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que colabora com o inquérito, identificou movimentações bancárias suspeitas que ultrapassam R$ 4 bilhões. Esses dados constam em relatórios de inteligência financeira enviados às autoridades.

A operação foi coordenada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), com suporte do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD).

Promessas enganosas nas redes sociais

De acordo com a Polícia Civil, os investigados produziam conteúdos em suas redes sociais prometendo lucros fáceis aos seguidores, o que, segundo os investigadores, caracterizava publicidade enganosa. Os influenciadores direcionavam os usuários para plataformas de jogos ilegais, explorando a vulnerabilidade e o desejo de ganho rápido de seus seguidores.

Além disso, as investigações apontam que muitos dos envolvidos ostentavam, em suas redes, sinais de enriquecimento ilícito, com viagens internacionais, carros de luxo e imóveis de alto padrão — patrimônio incompatível com a renda declarada.

Lavagem de dinheiro e conexão com crime organizado

As suspeitas vão além da divulgação de jogos ilegais. Segundo o inquérito, há indícios de que os investigados usavam uma rede empresarial para ocultar a origem ilícita dos recursos obtidos, o que caracteriza o crime de lavagem de dinheiro. A polícia também identificou ligações entre alguns dos influenciadores e indivíduos com histórico ligado ao crime organizado, elevando a complexidade das investigações.

Outros jogos sob suspeita

O “jogo do tigrinho” não é o único game apontado como armadilha para apostadores. Conforme relatado, há outros jogos que funcionam com lógica semelhante e também geram reclamações de prejuízos financeiros por parte dos usuários:

  • Spaceman/Aviator/JetX (jogos crash): jogos em que o jogador aposta em um multiplicador que cresce até um “crash” (colapso). A ideia é retirar o valor antes do fim, sob risco de perder tudo.
  • Mines: baseado em um tabuleiro com 25 casas, o jogador tenta encontrar estrelas sem acertar as bombas. Ele escolhe quanto apostar e o nível de dificuldade.

Prisões ainda não confirmadas

Até o momento, a Polícia Civil não divulgou se houve prisões relacionadas à Operação Desfortuna. As investigações seguem em andamento e novas informações poderão ser divulgadas nos próximos dias.

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