O jornal universitário de Stanford processou a administração de Donald Trump (republicano), na 4ª feira (6.ago.2025). Alega que o governo violou os direitos de liberdade de expressão de estudantes estrangeiros ao ameaçar deportá-los por escreverem reportagens “antiamericanas ou anti-Israel”. As informações são da agência Reuters.
O Stanford Daily e 2 estudantes não identificados afirmaram na ação judicial, movida em um tribunal federal na Califórnia contra o Secretário de Estado Marco Rubio e a Secretária de Segurança Interna Kristi Noem, que estudantes estrangeiros da instituição de Palo Alto, na Califórnia, se recusaram a escrever sobre o conflito no Oriente Médio por medo de serem presos, detidos e deportados.
“Este manto de medo é incompatível com a liberdade americana”, disse a ação, de acordo com a agência. “Nossa Primeira Emenda serve como um baluarte contra a violação, pelo governo, do direito humano inalienável de pensar e falar por si mesmo”.
O Stanford Daily afirmou, em sua ação judicial, que o governo fez com que os seus redatores estrangeiros se autocensurassem para evitar serem alvos. Argumentou que as ameaças do governo os impedem de “se envolver em expressões protegidas, como participar de protestos, usar certos slogans e expressar publicamente suas verdadeiras opiniões sobre a política externa norte-americana, Israel e Palestina”.
O jornal universitário pediu ao tribunal que decidisse que a Constituição dos EUA impede o governo de deportar estrangeiros por exercerem liberdade de expressão.
“Nos Estados Unidos da América, ninguém deve temer uma batida na porta à meia-noite por expressar a opinião errada”, disse o advogado do Stanford Daily, Conor Fitzpatrick, em um comunicado.
Um porta-voz da Universidade de Stanford disse que o jornal é uma organização independente e que a universidade não faz parte da ação judicial.
ENTENDA
O governo Trump tentou deportar estudantes que expressaram opiniões pró-Palestina, chamando-os de simpatizantes antissemitas e extremistas, cuja presença no país era contrária à política externa dos EUA. Manifestantes afirmaram que o governo confunde erroneamente suas críticas às ações israelenses em Gaza e sua defesa dos direitos palestinos com antissemitismo e extremismo.
Juízes ordenaram a libertação de alguns estudantes que o governo deteve sem acusação criminal.