O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta 5ª feira (7.ago.2025) ter se comprometido com a oposição a pautar o projeto que anistia os envolvidos no 8 de Janeiro em troca da desobstrução do plenário.
Em conversa com jornalistas, disse que a “a presidência da Câmara é inegociável” e afirmou que tomará providências “até o final do dia” em relação à suspensão do mandato dos congressistas que participaram do movimento.
“As matérias [reportagens] que estão saindo sobre a negociação feita por esta Presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo”, declarou.
Deputados da oposição, principalmente do PL, ocuparam a Mesa Diretora da Casa na 3ª feira (5.ago) e afirmaram que só sairiam se Motta pautasse a PEC do fim do foro privilegiado e o projeto da anistia aos presos e investigados pelo 8 de Janeiro.
Como antecipou o Poder360, o presidente da Câmara realmente não assegurou que pautará o projeto por si só, mas teria se comprometido a não impedir a proposta de ir à votação se existir maioria entre os líderes.
MOTTA FRAGILIZADO
Motta havia convocado a sessão para ter início às 20h30. Só conseguiu se sentar na cadeira de presidente às 22h21. Deputados bolsonaristas resistiram em sair do assento. O presidente estava acompanhado da Polícia Legislativa, ainda assim teve dificuldades.
O paraibano também teve de contar com a ajuda de se antecessor, Arthur Lira (PP-AL), para que a oposição deixasse a Mesa Diretora. Segundo apurou o Poder360, a avaliação da base governista é de que Motta saiu fragilizado do episódio.