Mulher fatura mais de R$ 19 mil por mês vendendo leite materno para fisiculturistas

Apesar de controversa, prática chama atenção de atletas em busca de ganhos musculares

Uma mulher de 23 anos, moradora dos Estados Unidos, encontrou uma forma inusitada de ganhar dinheiro: vender leite materno para fisiculturistas. McKenzie Stelly, mãe de dois filhos, começou a comercializar o próprio leite após descobrir que produzia uma quantidade além do necessário durante a amamentação.

Leite materno como negócio

A ideia surgiu quando McKenzie, que inicialmente doava o excedente de leite a um hospital por apenas US$ 1 (cerca de R$ 5,48), compartilhou em um grupo no Facebook que ainda tinha leite congelado sobrando. Um fisiculturista a procurou interessado em comprar o produto, alegando que o leite materno poderia ajudá-lo a ganhar massa muscular.

A partir daí, o negócio deslanchou. A norte-americana passou a vender o leite por US$ 5 (R$ 27,40) o frasco e, atualmente, fatura aproximadamente US$ 3.500 por mês (R$ 19,1 mil) com os pedidos de atletas e entusiastas da musculação.

“As pessoas acham que o leite materno deve ser sempre gratuito, e eu concordo até certo ponto. Mas ainda é um produto do meu corpo e do meu tempo”, declarou McKenzie ao jornal britânico Daily Star.

Leite materno ajuda a ganhar massa muscular?

A prática, embora curiosa, levanta dúvidas sobre sua eficácia. Segundo a nutricionista Juliana Andrade, não há evidências científicas de que o leite materno seja eficaz para hipertrofia muscular em adultos.

“O leite materno é extremamente nutritivo para bebês, mas isso não se traduz em benefícios para o corpo de um adulto”, explica a especialista.

Além disso, a quantidade de proteína presente no leite materno é significativamente menor do que a de suplementos como whey protein, comuns entre fisiculturistas. Também é importante destacar que o sistema digestivo de um adulto não absorve o leite materno da mesma forma que o de um recém-nascido.

Riscos à saúde e alerta sobre contaminação

Outro fator preocupante é a segurança do consumo. Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que cerca de 75% das amostras de leite materno vendidas on-line estavam contaminadas por bactérias potencialmente perigosas.

Sem controle sanitário, como ocorre nos bancos de leite regulamentados, não há garantias sobre a higienização, o armazenamento ou o transporte do leite, o que representa um risco real à saúde dos consumidores.

Juliana Andrade reforça que, mesmo sendo um produto natural, o leite materno pode representar riscos se utilizado de forma inadequada. “Não é porque algo é natural que é automaticamente seguro ou eficaz”, alerta.

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