O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta 5ª feira (7.ago.2025) que demorar 6 minutos para reassumir sua cadeira no plenário da Câmara “não foi uma humilhação”, mas “um episódio triste”.
“Nós vencemos a guerra sem precisar atirar em ninguém”, afirmou Motta em entrevista ao Metrópoles. A fala do presidente da Câmara diz respeito à possíveis concessões que teria feito para retomar os trabalhos no plenário -principalmente pautar o PL da anistia.
O presidente também comemorou que não foi necessário o uso de forças policiais e violência para que voltasse ao seu assento. “Conseguimos conduzir tudo pelo diálogo, como sempre prego desde a minha eleição”, afirmou.
Motta também comentou sobre o ato de integrantes da oposição se direcionarem ao ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) para dar prosseguimento às pautas de interesse requeridas. Segundo ele, “não me diminui ou diminui a Casa, é o cenário político que temos”. Motta foi eleito presidente em fevereiro sob a bênção e indicação de Lira.
Depois dos atos de obstrução dos trabalhos nos plenários do Congresso Nacional, ambos os presidentes convocaram reuniões de líderes nas residências oficiais.
Após o encontro, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que haveria sim um acordo para levar a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro para a Mesa Diretora. Em discurso posterior, disse não ter sido “correto no privado” de Motta, e negou ter um acordo fechado.
Ocupação dos plenários
Congressistas da oposição ocuparam na última 3ª feira (5.ago) os plenários da Câmara e do Senado para impedir que houvesse o prosseguimento dos trabalhos. Nas redes sociais, o senador Magno Malta (PL-ES) foi visto acorrentado à Mesa Diretora do plenário. Veja abai
O motivo para tal intervenção seria o “abuso de poder” exercido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes sobre integrantes da direita brasileira. O estopim para os atos foi o decreto de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A oposição argumenta que só liberará os plenários caso haja um diálogo favorável com os presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União-AP). As pautas desejadas são:
- o avanço do PL da anistia;
- fim do foro privilegiado;
- impeachment de Alexandre de Moraes
Esta reportagem foi produzida pelo estagiário Davi Alencar sob supervisão da secretária de Redação assistente Simone Kafruni