O Hospital Regional Público dos Caetés (HRPC), em Capanema, entrou para a história da saúde no nordeste paraense ao realizar, no último sábado (9), a primeira captação de órgãos para transplante. A ação envolveu equipes da unidade e da Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Foram captados dois rins e um fígado, que seguiram para Belém a fim de beneficiar pacientes da fila única do Sistema Nacional de Transplantes. Todo o processo seguiu protocolos técnicos e legais, sendo possível graças à autorização da família do doador, que concordou com a doação mesmo em um momento de luto.
Para o gerente assistencial do HRPC, Eduardo Machado, a iniciativa representa um marco para a região.
“Estamos realizando a primeira captação de fígado e rins da Região dos Caetés, respeitando a vida e transformando um momento de dor e perda em esperança para outras pessoas. De forma humanizada, a gestão do Complexo Hospitalar dos Caetés garantiu que todos os protocolos médicos, éticos e legais fossem cumpridos, assegurando a qualidade e a viabilidade dos órgãos, bem como a transparência e segurança em todo o processo. Agradeço e parabenizo a equipe da CIHDOTT, que coordenou com agilidade e eficiência desde a suspeita da morte encefálica até a captação, em parceria com a CET/Sespa, que esteve em nossa unidade capacitando nossa equipe e, uma semana depois, tornou isso possível”, destacou.
O responsável técnico por transplante de fígado da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, Rafael Garcia, destacou três aspectos essenciais dessa conquista.
“Primeiro, pelo gesto de generosidade da família do doador, que possibilitará salvar várias vidas. Segundo, mostra a importância da educação continuada dos profissionais. A Central Estadual de Transplantes ministrou curso de capacitação em diagnóstico de morte encefálica, e na mesma semana aconteceu a doação. Terceiro, essa doação pode servir de estímulo para outras famílias fazerem o mesmo. Diagnosticar morte encefálica, manter o doador viável e realizar a cirurgia de extração dos órgãos são procedimentos de alta complexidade, e isso mostra como o HRPC encontra-se capacitado para atender a população”, ressaltou.
O enfermeiro Elivaldo Júnior, representante da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), disse que participar da ação foi marcante.
“Foi uma honra participar dessa ação. Fizemos todo um acompanhamento com os familiares, e todos os envolvidos foram fundamentais para que esse momento acontecesse, possibilitando que, através dessa doação, outras pessoas tenham uma nova oportunidade de vida”, pontuou.
A captação seguiu o protocolo para casos de morte encefálica, que inclui confirmação do diagnóstico por exames clínicos e complementares, comunicação à Central de Transplantes e deslocamento da equipe cirúrgica. No procedimento, atuaram as enfermeiras Larissa Sena e Aline Carvalho Campos Ribeiro, e as médicas Maisa dos Santos Feitosa e Mariana Pereira Maurity.
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