O caso dos dois turistas britânicos vítimas do golpe conhecido como “boa noite, Cinderela” em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ganhou repercussão nacional e foi também publicado pelo Band Jornalismo. A Delegacia de Atendimento ao Turismo (Deat) já identificou as três mulheres suspeitas de dopar e roubar as vítimas na madrugada de quinta-feira (7). Uma delas, Raiane Campos de Oliveira, de 27 anos, acumula 20 passagens pela polícia pelo mesmo tipo de crime.
As imagens de um dos turistas, um jovem de 21 anos, viralizaram na internet. No vídeo, ele aparece cambaleando pela areia da praia de Ipanema até cair. A pessoa que gravou relatou à polícia que o rapaz estava acompanhado das suspeitas, que deixaram o local de táxi.
Segundo a Polícia Civil, as imagens foram feitas por volta das 5h de quinta-feira. Um grupo que presenciou a cena socorreu o jovem e um amigo dele, que também apresentava sinais de intoxicação. Ambos foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, na mesma região da cidade.
As vítimas só recuperaram a consciência horas depois. Em depoimento, relataram que conheceram as três mulheres em um bar na Lapa, região central, e seguiram para a praia. Ainda segundo os britânicos, elas ofereceram caipirinhas e, a partir daí, não se lembram de mais nada.
O golpe resultou no roubo de dois celulares, e com um deles as suspeitas conseguiram fazer uma transferência bancária no valor de 16 mil libras — o equivalente a mais de R$ 110 mil.
Histórico de crimes
De acordo com a Deat, as suspeitas são garotas de programa. Raiane Campos de Oliveira, uma das apontadas como autoras do crime, já havia sido presa no ano passado pelo mesmo golpe. Ela cumpriu seis meses de prisão e foi condenada a seis anos em regime semiaberto por roubar um turista inglês, que também disse ter sido dopado após conhecer duas mulheres em um samba na Pedra do Sal, em 2023.
No entanto, no último mês, a 8ª Câmara Criminal absolveu Raiane. Segundo os desembargadores, não havia provas suficientes de que ela fosse uma das autoras do roubo.
“Ela age do mesmo jeito: dopa as vítimas. Em seguida, essas pessoas desmaiam e elas praticam o crime. E foi o caso desses dois turistas britânicos que chegaram a ficar hospitalizados. É um crime grave”, afirmou a delegada Patrícia Alemany, da Deat.
As outras duas suspeitas identificadas pela polícia são Amanda Couto Deloca, de 23 anos, e Mayara Ketelyn Américo da Silva, de 26 anos.
A Polícia Civil também localizou o taxista que transportou as três mulheres após o crime. Segundo os investigadores, ele não teve participação no golpe.
A delegada Patrícia Alemany reforçou o alerta para turistas e frequentadores de bares e eventos no Rio:
“[É importante] Tomar cuidado com as suas bebidas, com seus drinques. Com as pessoas desconhecidas que te abordam. Geralmente, elas agem em duas ou em trio. E a gente sempre fala para não levar para sua hospedagem. Na sua grande maioria, esses crimes acontecem dentro de apartamentos alugados.”
Ainda de acordo com a polícia, as três suspeitas moram no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, e atuam principalmente em pontos turísticos como Lapa e Pedra do Sal, na região central, além de bares em Copacabana, Ipanema e Leblon, na Zona Sul.
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