O Parque Zoo botânico Mangal das Garças, em Belém, acaba de ganhar dois novos moradores ilustres. Dois flamingos-chilenos, vindos do Zooparque Itatiba, em São Paulo, chegaram para reforçar o bando local e, quem sabe, contribuir para o aumento da “família rosada” que habita o espaço.
A informação foi publicada também pelo G1, que destacou que, com os dois recém-chegados, o número total de flamingos no parque sobe para 19 — um aumento que, segundo especialistas, faz diferença especialmente “na hora do namoro”.
Depois de passarem por um período de quarentena e adaptação, os novos integrantes foram integrados ao lago do Mangal, onde já vivia um grupo de flamingos. O reforço no bando pode ter impacto direto na reprodução das aves.
“Na natureza, os flamingos costumam formar bandos de pelo menos 30 indivíduos para iniciar a reprodução. Então, quanto maior o grupo, maior a chance de formar casais e estimular a postura de ovos”, explicou o médico veterinário Camilo González, da equipe técnica do Mangal.
Truque de espelhos
Para aumentar as chances de acasalamento, o parque não aposta apenas na chegada de novos exemplares. Uma das estratégias curiosas utilizadas é a instalação de espelhos nas margens do Lago Cavername. A técnica, que desperta a atenção dos visitantes, cria a ilusão de um bando maior, o que estimula o comportamento natural de acasalamento dos flamingos.
Além disso, outras iniciativas vêm sendo adotadas, como a oferta de rações mais proteicas e a construção de ninhos de lama semelhantes aos que a espécie constrói em habitat natural.
Intercâmbio animal
A chegada dos flamingos faz parte de um programa de intercâmbio entre o Mangal das Garças e o Zooparque Itatiba, iniciado em 2023. Essa parceria inclui troca de conhecimentos técnicos e busca fortalecer geneticamente os plantéis.
O intercâmbio é de mão dupla: além dos flamingos, o Mangal recebeu dois cisnes-de-pescoço-preto. Em contrapartida, enviou doze guarás, duas arapapás e duas tartarugas para o parque paulista.
Elegantes e ameaçados
Os novos moradores pertencem à espécie flamingo-chileno (Phoenicopterus chilensis), que pode chegar a 1,07 metro de altura e pesar cerca de 2,3 kg. Os indivíduos juvenis têm plumagem acinzentada, mas, com o tempo, desenvolvem a característica coloração rosada graças à alimentação rica em carotenoides.
Essa espécie ocorre naturalmente do Peru à Terra do Fogo, passando por Chile, Bolívia, Argentina e, em menor número, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Apesar de sua beleza e imponência, enfrenta declínio populacional, o que reforça a importância de ações de preservação e reprodução em cativeiro.
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