Voz aos sem-voz e o caos no PSM da 14: audiência é amanhã, no MPF

MPF terá chance de ouvir quem realmente sofre com a situação de um hospital que atende a pobreza e cujos profissionais são desvalorizados

O Ministério Público Federal no Pará terá a oportunidade rara — e necessária — de quebrar uma velha lógica brasileira. Como dizia o inesquecível jornalista e humorista Millôr Fernandes, “no Brasil, audiência pública é aquela em que todo mundo é ouvido, menos o público”. Desta vez, é a hora e o lugar para inverter essa regra: dar voz aos sem-voz, ouvir de quem vive na pele as dores e angústias de depender do Hospital Mário Pinotti, o PSM da 14.

O MPF vai realizar, nesta terça-feira (13), às 14h, no auditório de sua sede, no bairro do Umarizal, uma escuta pública sobre a possível desativação de um dos hospitais mais conhecidos e procurados de Belém no atendimento de urgência e emergência.

A proposta é clara: ouvir usuários do SUS, profissionais de saúde e representantes de órgãos públicos sobre os impactos dessa decisão, que pode deixar ainda mais desassistida a população que já enfrenta filas intermináveis, corredores lotados e atendimento precário. Mais que um ato formal, a audiência precisa ser espaço real de escuta, diálogo e encaminhamento de soluções.

Qualquer pessoa pode participar. Para ter direito à fala, basta se inscrever presencialmente a partir das 13h30, meia hora antes do início. A ordem de inscrição definirá as falas, mas, se o tempo acabar, nem todos poderão se manifestar. As intervenções do público ocorrerão entre 14h e 17h.

Em seguida, os integrantes da mesa farão considerações finais e apontarão possíveis encaminhamentos. O encerramento está previsto para as 18h.

Quem vai estar na mesa

Foram convidados o prefeito de Belém, Igor Normando, o secretário municipal de Saúde, o diretor-geral do PSM Mário Pinotti, o superintendente estadual do Ministério da Saúde no Pará, representantes do Ministério Público do Estado, da Defensoria Pública da União, da Defensoria Pública do Estado, conselhos de saúde, sindicatos, categorias profissionais, a Câmara Municipal e órgãos de fiscalização.

Como se vê, gente de peso não falta. A questão é saber o que sairá dessa reunião de tantos queixumes, exposição de carências, denúncias e busca de soluções. O povão, o mais necessitado, precisa ter prioridade nessa audiência. Caso contrário, ela será inútil.

Por que importa

A desativação do PSM da 14 não é um assunto burocrático — é uma questão de vida ou morte para quem depende da rede pública de saúde. O hospital é referência, especialmente em casos graves, sobretudo para quem não tem plano de saúde e sua ausência significaria sobrecarregar ainda mais um sistema já à beira do colapso.

Esta escuta pública é, portanto, mais do que uma formalidade: é a chance de transformar denúncias em propostas concretas. E como serão atendidos os pacientes em hospitais provisórios, enquanto o PSM estiver em obra.

Serviço

📅 Terça-feira, 13 de agosto – 14h
📍 Auditório da sede do MPF – Rua Domingos Marreiros, 690, Umarizal
🗣 Participação com fala: inscrições presenciais no local, a partir das 13h30, por ordem de chegada


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