Eleitoras e eleitores da maior potência econômica do planeta, hoje comandada por Donald Trump, assistem a um preocupante avanço de pautas que soam como um retrocesso histórico — e, para muitos, um completo absurdo. Na última semana, o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, repercutiu nas redes sociais um vídeo que ecoa ideais pré-sufrágio, sugerindo que mulheres não deveriam ter direito ao voto nem ocupar cargos de liderança.
O conteúdo, originalmente exibido pela CNN, mostra líderes religiosos defendendo abertamente a exclusão feminina da vida política e institucional. O teólogo evangélico conservador Doug Wilson afirmou rejeitar mulheres em posições de liderança na igreja “porque a Bíblia diz assim”. Já o pastor Toby Sumpter foi ainda mais longe: disse acreditar que o voto deveria ser “por família”, cabendo ao homem decidir o destino eleitoral do lar. Segundo ele, eventuais discordâncias com a esposa seriam apenas “uma ótima oportunidade para uma boa conversa”.
Ao compartilhar o vídeo no X (antigo Twitter) no dia 7 de agosto, Hegseth escreveu a frase: “Tudo de Cristo para toda a vida” — lema que, para críticos, não é apenas religioso, mas também um sinal de que o governo Trump flerta com um modelo político no qual direitos civis básicos se tornam negociáveis.
A proposta, vista por especialistas como um golpe contra a democracia, atinge em cheio um dos pilares do sistema eleitoral norte-americano: a igualdade no voto, conquistada pelas mulheres em 1920, após décadas de luta. Para setores progressistas, o episódio acende um alerta global sobre a escalada conservadora e autoritária que, partindo dos EUA, pode influenciar agendas em outros países.
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O post Governo Trump e direita dos EUA ameaçam direitos conquistados há um século apareceu primeiro em Estado do Pará Online.