O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (12.ago.2025) que convidou os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para o anúncio da medida provisória que conterá o plano de contingência para mitigar os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos ao setor produtivo brasileiro.
“Vou lançar amanhã a MP de crédito e estou convidando os presidentes do Senado e da Câmara para participar. Quero que eles ouçam a explicação econômica do que estamos fazendo para que eles ajudem quando [a MP] chegar no Congresso, a aprovar. Não adianta eu mandar sem eles entenderem. Então, é melhor chamar eles aqui, deixar eles falarem. Fica mais civilizado”, disse Lula em entrevista à rádio BandNews.
Lula está reunido na noite desta 3ª feira com Motta no Palácio da Alvorada. Além de discutirem a reação do Brasil aos Estados Unidos, ambos devem tratar também da agenda da Câmara para o 2º semestre, com pautas importantes para o governo como a aprovação da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, e as recentes ofensivas da oposição.
O pacote terá uma linha de crédito de R$ 30 bilhões inicialmente. Além do crédito subsidiado para as empresas, Lula também citou outros itens do pacote como mais compras governamentais dos produtos que não poderão ser exportados, exigência de um mínimo de conteúdo nacional no que for produzido internamente e a busca do governo por novos mercados para os exportadores brasileiros.
Sobre os próximos passos de reação às tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), Lula declarou que o Brasil discutirá o tema na OMC (Organização Mundial do Comércio). Sobre ações de reciprocidade, o petista afirmou que pesará, antes, as consequências de qualquer decisão sobre os brasileiros.
Durante a entrevista, o presidente afirmou que o Congresso tem sido leal aos interesses dos brasileiros e que, caso entenda que seu governo tenha sido prejudicado por alguma decisão dos congressistas, pode recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). “É assim que se faz política. Não quero que o Congresso seja subserviente ao Planalto. Não é o governo que precisa do Congresso, é o Brasil que precisa deles”, disse.