Um padre com histórico de conquistas no jiu-jitsu está no centro de uma polêmica investigação policial após ser acusado de agredir uma mulher de 62 anos durante um ritual de exorcismo em uma paróquia no interior de São Paulo. O incidente ocorreu na última quinta-feira (7/8), na Paróquia Nossa Senhora Consolata, em São Manuel, e gerou repercussão imediata, levando ao afastamento cautelar do religioso pela Arquidiocese de Botucatu.
João José Bezerra, padre há 17 anos e atualmente atuando no Santuário Santa Teresinha, em Cerqueira César – cidade vizinha a São Manuel –, é o primeiro sacerdote faixa-preta de jiu-jitsu no Brasil. Ele conquistou o vice-campeonato mundial na faixa marrom master 3, categoria até 88 quilos, o que lhe rendeu a graduação para a faixa preta. Em reconhecimento às suas realizações no esporte, Bezerra visitou um projeto de artes marciais da Prefeitura de Cerqueira César em dezembro de 2023. Além disso, em abril deste ano, foi homenageado na Câmara Municipal da cidade por obter o terceiro lugar no Campeonato Sul-Americano de Jiu-Jitsu, realizado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
O padre divide sua rotina sacerdotal com a prática do jiu-jitsu, mas agora enfrenta acusações graves. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de São Manuel, Bezerra foi convidado para celebrar uma missa na paróquia e se apresentou como exorcista. Durante o momento de apresentação do Santíssimo Sacramento, a vítima, uma fiel de 62 anos, repousou no chão diante do altar e, segundo o relato, manifestou um “comportamento maligno”, perdendo a consciência.
Nesse ponto, o padre teria iniciado um ato de exorcismo, desferindo tapas, socos e chutes contra a mulher. Fiéis presentes precisaram intervir para contê-lo, e Bezerra deixou o local sem fornecer explicações. A vítima apresentou à polícia fotografias de hematomas e um receituário médico comprovando as lesões corporais. O caso foi enquadrado como lesão corporal, e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as investigações estão em andamento para esclarecer os fatos.
Em nota divulgada nas redes sociais, a Arquidiocese de Botucatu confirmou o episódio e expressou profundo lamento. “Situações de violência, de qualquer natureza, são absolutamente incompatíveis com a missão da Igreja e com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”, afirmou a instituição. A arquidiocese manifestou solidariedade à vítima e à sua família, oferecendo orações e pedindo desculpas pelo sofrimento causado. Além disso, comprometeu-se a cobrir todas as despesas médicas decorrentes do incidente.
Um procedimento interno foi instaurado para apurar os fatos, e o padre João José Bezerra foi afastado cautelarmente de suas funções. O arcebispo Dom Maurício Grotto de Camargo destacou que a Igreja está colaborando plenamente com as autoridades policiais e judiciais para a “efetiva apuração da verdade real”.
As informações sobre o caso foram divulgadas pelo portal Metrópoles. Até o momento, o padre continua listado como vigário paroquial no site da arquidiocese, mas sua situação pode ser atualizada conforme o andamento das investigações.
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