Governador de São Paulo pressiona por ação direta entre presidentes; ministro da Fazenda ressalta complexidade das negociações internacionais
Por Sandra Venancio – Jornal Local – Foto Reprodução/X
Durante sua participação no Congresso Brasileiro do Agronegócio nesta segunda-feira (11), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um apelo público para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre em contato diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar a reversão das tarifas de 50% impostas sobre produtos brasileiros.
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“Quantas vezes vamos ter reuniões de alto nível no Departamento de Estado? Quantas vezes vamos ter a ligação do presidente brasileiro com o presidente americano? É isso que vai fazer a diferença. Para que a gente mostre e traga os argumentos”, declarou Tarcísio.
Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews, criticou a proposta e classificou a declaração do governador como “ingênua”. Haddad explicou que “quando dois chefes de Estado se falam, existe preparação para que a reunião, o telefonema, o que quer que seja, resulte na melhor condição de negociação para os dois países”. Segundo ele, o processo é complexo e envolve muito mais do que uma simples ligação.
Debate acirrado em meio à crise tarifária
A divergência entre o governador e o ministro expõe o clima tenso que envolve a resposta do Brasil ao tarifaço dos EUA. Enquanto setores do governo apostam em estratégias diplomáticas preparadas e cautelosas, vozes da oposição e do agronegócio pedem medidas mais rápidas e diretas para tentar minimizar os prejuízos econômicos.
Esse embate reflete as dificuldades do Brasil em navegar a crise comercial, equilibrando interesses políticos internos e a necessidade de manter boas relações internacionais em um momento delicado para a economia nacional.