Em reação à taxação de 50% imposta por Washington, Planalto lança crédito bilionário, amplia compras governamentais e promete abrir novos mercados para evitar colapso de empresas nacionais
Por Sandra Venancio – Jornal Local – Foto Marcelo Camargo/Agencia Brasil
O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (13), um pacote de medidas emergenciais para socorrer empresas exportadoras brasileiras atingidas em cheio pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos. A ofensiva de Washington provocou perdas de competitividade no mercado externo e ameaça milhares de empregos no país.
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O anúncio foi feito às 11h30, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apresentou a primeira etapa do plano de reação à sobretaxa americana. A medida central é a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, por meio de Medida Provisória, para garantir fôlego imediato às empresas que mais sentiram o impacto do chamado tarifaço.
Segundo Lula, o plano procurará preservar os empregos e buscar mercados alternativos para os setores afetados.
“Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas, vamos procurar achar outros mercados para essas empresas. Estamos mandando a outros países a lista das empresas que vendiam para os Estados Unidos porque a gente tem um lema: ninguém larga a mão de ninguém”, acrescentou.
Em entrevista à rádio BandNews, Lula afirmou que o pacote não se limita ao crédito. Entre as ações previstas estão a ampliação das compras governamentais, a abertura de novos mercados internacionais para os produtos nacionais e a priorização de conteúdo nacional em licitações públicas.
“Não vamos permitir que empresas brasileiras fechem as portas por causa de decisões unilaterais de outros países. Este é apenas o começo”, declarou o presidente, sinalizando que novas medidas estão em estudo.
Segundo técnicos do governo, o objetivo é compensar as perdas provocadas pela medida dos Estados Unidos, proteger setores estratégicos e manter a competitividade do Brasil no comércio global. Economistas alertam, porém, que a disputa comercial pode se intensificar, abrindo caminho para uma guerra tarifária que exigirá mais do que medidas emergenciais para preservar o desempenho da balança comercial brasileira.
Enquanto isso, empresários afetados pelo tarifaço aguardam detalhes sobre como acessar o crédito bilionário e quais setores terão prioridade. Para eles, cada dia perdido pode significar contratos cancelados e postos de trabalho eliminados — uma corrida contra o tempo para evitar que a crise se transforme em desastre.