Moraes faz acareação entre Mauro Cid e Marcelo Câmara nesta 4ª

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes realiza nesta 4ª feira (13.ago.2025), às 11h30, na sede da Corte, em Brasília, a acareação entre os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara.

A decisão foi tomada pelo magistrado em 6 de agosto. O encontro tem o objetivo de esclarecer divergências entre os depoimentos dos 2 réus, envolvidos na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado depois das eleições presidenciais de 2022.

Delator, Cid foi ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e é réu no chamado núcleo 1 do processo. Câmara, que está em prisão preventiva, atuou como ex-assessor do ex-presidente e é réu no núcleo 2. Participará usando tornozeleira eletrônica.

Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República), Marcelo Câmara teria coordenado ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, incluindo Moraes.

As investigações indicam que o coronel repassava informações sobre a agenda e deslocamentos do ministro ao tenente-coronel.

O pedido para a realização da acareação partiu da defesa de Marcelo Câmara, que questiona possíveis inconsistências nas declarações do delator.

Cid teria afirmado durante seu depoimento como informante dos núcleos 2, 3 e 4 que Câmara realizou o monitoramento da chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo, o que seria uma “incongruência”, segundo os advogados.

DEFESA QUER “DESMISTIFICAR” ACUSAÇÕES

A defesa de Marcelo Câmara espera que a acareação no STF mostre que ele não participou da tentativa de golpe. O advogado Eduardo Kuntz afirmou que o encontro com Mauro Cid vai a esclarecer pontos importantes das investigações.

“Vamos desmistificar as interpretações erradas feitas pela PGR nas declarações do delator. Queremos provar que Câmara não participou da trama, do monitoramento ou dos outros fatos atribuídos a ele”, disse Kuntz ao Poder360.

Segundo a defesa, o coronel não monitorou autoridades, não sabia a finalidade das informações e não teve acesso à minuta do golpe. Ele já negou ter monitorado Moraes, Lula e o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB).