Prefeito de São Bernardo do Campo é afastado após operação da PF sobre corrupção e lavagem de dinheiro

Marcelo Lima (Podemos) ficará fora do cargo por um ano; investigação aponta esquema de propina em contratos da prefeitura e apreensão de R$ 14 milhões com servidor ligado ao prefeito

Por Sandra Venancio – Jornal Local – Foto Divulgação redes sociais

O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano por determinação da Justiça nesta quinta-feira (14), após operação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratos públicos nas áreas de obras, saúde e manutenção.

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A investigação teve início no mês passado, quando a PF encontrou R$ 14 milhões em espécie com um servidor apontado como operador financeiro do prefeito. De acordo com os investigadores, o montante é parte de um esquema de pagamento de propina a partir de contratos firmados com empresas prestadoras de serviços para a administração municipal.

Nesta quinta-feira, dois empresários foram presos. A PF solicitou a prisão de Marcelo Lima, mas o pedido foi negado pela Justiça, que optou pelo afastamento do cargo por 12 meses e determinou o uso de tornozeleira eletrônica, a ser instalada após buscas na residência do prefeito.

Também são investigados o presidente da Câmara Municipal e primo de Lima, vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), e o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB). A operação incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos.

Procurada, a prefeitura não se manifestou até o fechamento desta edição. A defesa dos demais investigados também não foi localizada.

Com o afastamento de Marcelo Lima, o comando do município será assumido pela vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante), de 38 anos, sargento da Polícia Militar e em seu primeiro mandato.

Investigação
Segundo a Polícia Federal, o esquema envolvia a intermediação de contratos superfaturados, pagamento de vantagens ilícitas a agentes públicos e utilização de operadores para ocultar e dissimular a origem dos recursos. Os R$ 14 milhões apreendidos em dinheiro vivo reforçam as suspeitas de lavagem de dinheiro. A Justiça determinou o bloqueio de bens e a quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados.