Pastor nega acusações e afirma que apuração é motivada por críticas a Alexandre de Moraes; investigação inclui suspeitas de obstrução de Justiça e organização criminosa
Sandra Venancio – Jornal Local
O pastor evangélico Silas Malafaia está sob investigação da Polícia Federal no mesmo inquérito que apura suposta obstrução de Justiça envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo. A informação foi divulgada pela GloboNews nesta sexta-feira (15).
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Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), Malafaia afirmou ter tomado conhecimento da investigação pela imprensa e disse não ter recebido qualquer notificação oficial. Ele acusou a PF de atuar politicamente a serviço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do STF Alexandre de Moraes, chamando o caso de “vazamento seletivo”.
URGENTE – Silas Malafaia se revolta por ter ficado sabendo que foi incluído em inquérito através da Globo News
“Como eu não sou notificado e a Globo sabe antes? Isso é uma vergonha. Escolheram o cara errado, eu não tenho medo.” pic.twitter.com/V5o4uruezD
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) August 15, 2025
Segundo o pastor, sua inclusão no inquérito estaria relacionada a críticas que faz há anos a Moraes. Entre os crimes citados na investigação estão obstrução de Justiça, coação no curso do processo, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e ações que poderiam levar a sanções internacionais contra o Brasil.
Malafaia também foi organizador, em 3 de agosto, de um ato em apoio a Jair Bolsonaro. O evento contou com participação por vídeo do ex-presidente, que, segundo decisão do STF, estava proibido de se comunicar com aliados políticos. No dia seguinte, Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada.
Em 14 de agosto, o pastor voltou a pedir publicamente o impeachment, julgamento e prisão de Alexandre de Moraes, intensificando os ataques à atuação do magistrado.
O inquérito
Aberta em maio, a investigação conduzida pela Polícia Federal apura ações contra autoridades, o STF e agentes públicos, além de tentativas de provocar sanções internacionais contra o Brasil. De acordo com despacho de Moraes, os investigados teriam atuado para dificultar o andamento do processo em que Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado. Entre os crimes sob apuração estão coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Principais investigados no inquérito:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Eduardo Bolsonaro (deputado federal)
- Paulo Figueiredo (jornalista)
- Silas Malafaia (pastor evangélico)
Crimes investigados:
- Obstrução de Justiça
- Coação no curso do processo
- Organização criminosa
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Ações para provocar sanções internacionais contra o Brasil
Próximos passos:
- Decisão do STF sobre medidas cautelares e andamento processual
- Oitiva dos investigados pela Polícia Federal
- Análise de provas e registros de comunicações