Fotomontagem: Pdp
Açaí, tucupi e maniçoba foram proibidos de serem vendidos nos restaurantes e quiosques oficiais da COP 30, que ocorrerá em novembro deste ano. A restrição foi determinada pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), sob a alegação de “risco de contaminação por doença de Chagas (o protozoário Trypanosoma cruzi)”. É a OEI a responsável por contratar os 87 estabelecimentos que atuarão nos espaços oficiais da Conferência, a Blue Zone e a Green Zone.
Na prática, a medida exclui muitos estabelecimentos paraenses, que têm em seu cardápio comidas tradicionais da Amazônia, e proíbe um dos nossos patrimônios culturais mais importantes: a culinária regional. Joanna Martins, sócia-proprietária da Manioca — empresa dedicada à produção de comidas tradicionais amazônicas — e diretora do Instituto Paulo Martins, criado em homenagem ao importante chef amazônida falecido em 2010, expressou sua indignação em um post nas redes sociais:
“TÔ INDIGNADA!!! Os povos amazônicos estão sendo violentados! E acho que todo brasileiro que tem um mínimo de respeito pelos povos da Amazônia deveria estar sentindo o mesmo. E isso é puro PRECONCEITO CULTURAL E IGNORÂNCIA. Algo inadmissível! A alegação é de segurança alimentar, mas se estes produtos são comercializados local, nacional e internacionalmente, por empresas que seguem regulamentação sanitária nacional, essa alegação é desculpa furada.”
Desde 2015, Belém detém o selo da Unesco de “Cidade Criativa da Gastronomia” e vem recebendo reconhecimento internacional por sua riqueza em ingredientes e sabores únicos. Além disso, vale lembrar que, assim como em qualquer outro lugar do Brasil, os estabelecimentos comerciais devem seguir normas da Vigilância Sanitária e outras regulamentações específicas do setor, como controle de higiene, armazenamento, qualidade da água e transporte dos alimentos, visando garantir a segurança alimentar e a saúde pública.
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