A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou neste sábado (16), no Rio de Janeiro, que a prioridade para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém, deve ser a implementação das metas já acordadas. “Agora, só tem um caminho: implementar”, disse, após participar do evento The Climate Reality Project, conduzido pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore.
Durante a fala, Marina ressaltou que as negociações internacionais já resultaram em compromissos como o financiamento climático de US$ 1,3 trilhão, a triplicação da energia renovável, a duplicação da eficiência energética e a redução do uso de combustíveis fósseis e do desmatamento. Segundo a ministra, o desafio está em transformar as resoluções em ações efetivas que mantenham o aquecimento global dentro do limite de 1,5ºC estabelecido no Acordo de Paris.
Ela também destacou que as mudanças climáticas já têm efeitos letais, citando que ondas de calor provocam meio milhão de mortes por ano e, em dois anos, podem vitimar mais pessoas do que a pandemia de covid-19. Para Marina, a humanidade enfrenta uma crise civilizatória ao priorizar conflitos armados em vez de enfrentar a ameaça ambiental.
Ao ser questionada sobre a exploração de terras raras em áreas ocupadas por povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, Marina reforçou o apoio ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a dispositivos que restringiam o direito de manifestação dessas populações. A ministra defendeu que qualquer solução técnica deve estar acompanhada de critérios éticos, como forma de garantir justiça ambiental e consolidar o papel do Brasil nas negociações climáticas globais.
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