Belém vai inaugurar, ainda este ano, a primeira unidade pública de compostagem da cidade, com previsão de início em outubro e capacidade para processar até 180 toneladas de resíduos orgânicos por mês. A instalação faz parte de um esforço conjunto do Instituto Pólis com apoio da Prefeitura de Belém, do Global Methane Hub e do Ministério do Meio Ambiente, e deve ser concluída antes da Conferência da ONU sobre o Clima (COP 30).
A ideia é que o sistema mecanizado, com tecnologia de tambor rotativo, atenda inicialmente à alta demanda gerada durante o evento internacional, mas fique como uma estrutura definitiva para a capital, funcionando como referência para toda a Região Norte. A estimativa é de que a COP produza cerca de 5 toneladas diárias de resíduos orgânicos durante os 12 dias de programação.
Dados do SEEG apontam que o descarte inadequado de resíduos orgânicos é responsável por quase 10% das emissões de metano no Brasil, mas, em Belém, esse índice é ainda mais alarmante: chega a responder por 31,5% das emissões de gases de efeito estufa na cidade. O novo sistema busca reduzir esse impacto ao desviar grande parte do lixo orgânico dos aterros.
O projeto também tem foco social. As cooperativas de catadores serão envolvidas diretamente no processo e receberão capacitação técnica para operar a usina. “A compostagem realizada com catadores representa uma oportunidade estratégica para ampliar a reciclagem de resíduos orgânicos no Brasil”, afirma Victor Argentino, do Instituto Pólis.
Além de reduzir emissões, a usina deve gerar composto orgânico que será destinado à agricultura familiar, fortalecendo uma cadeia de economia circular na região. A iniciativa também integra projetos locais já existentes, como o Composta Belém, Compostagem na Real e iniciativas nas Usinas da Paz.
“Hoje, mais de 50% do que Belém envia ao aterro são resíduos compostáveis. Nosso pátio será um marco histórico para nossa cidade”, ressalta Pamela Massoud, da SEZEL, destacando o papel da unidade em ampliar o desvio de resíduos do aterro e incentivar políticas públicas permanentes na área ambiental.
Adalberto Maluf, representante do MMA, acredita que o equipamento deixará um legado concreto: “Será uma referência importante para a Região Amazônica, tão carente de soluções de baixo custo para tratar seus resíduos”, disse, lembrando que iniciativas assim ajudam o país a cumprir compromissos globais de redução de emissões.
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