Celso Sabino prega reeleição de Lula e mira vaga no Senado pelo Pará em 2026

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), tem se destacado no xadrez político nacional ao adotar uma postura de alinhamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo diante do endurecimento do discurso oposicionista da futura federação União Progressista — resultado da união entre União Brasil e PP. No Pará, Sabino já articula sua candidatura ao Senado em 2026, mirando uma das duas vagas em disputa no estado.

A federação, prevista para ser oficializada nesta terça-feira (19), nasce sob o signo da contradição: carrega em sua origem o peso de partidos com histórico oposicionista, mas evita um rompimento imediato com o governo. Embora o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, pregue cautela, e o líder do PP, Ciro Nogueira, pressione por um desembarque, a tendência é que ministros só deixem seus cargos em abril de 2026, no prazo de desincompatibilização eleitoral.

Nesse cenário, o deputado federal reeleito em 2024 e nomeado como ministro do Turismo, Celso Sabino tem se diferenciado. Ao contrário de outros quadros da federação, o paraense defende abertamente que o União permaneça próximo a Lula. O ministro já sinalizou que pretende disputar o Senado apoiado pelo Palácio do Planalto, mesmo que isso provoque desconforto entre seus pares.

Desafios no Pará

A corrida de Sabino não será fácil. O Pará, historicamente palco de disputas acirradas, terá em 2026 dois assentos no Senado em jogo — o que amplia as possibilidades, mas também eleva a concorrência. Além disso, a federação União Progressista precisará encontrar um ponto de equilíbrio para não desagradar nem o eleitorado conservador que orbita em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nem a base lulista consolidada no Norte.

O próprio Lula tem acompanhado de perto a movimentação. Há poucas semanas, em reunião reservada com seus ministros, o presidente manifestou incômodo com a postura de Rueda e reforçou a importância de manter laços com aliados estratégicos — mensagem que teria sido bem recebida por Sabino.

Entre a esquerda e a direita

O maior desafio da União Progressista, porém, vai além da disputa paraense. Em um Brasil ainda marcado pela polarização, a federação terá que se equilibrar em um fio de navalha: evitar o isolamento político, sem perder identidade nem espaço no jogo sucessório. Para Sabino, essa tensão pode se converter em oportunidade. Ao se alinhar a Lula sem romper com o discurso pragmático do União, o ministro tenta ocupar o espaço de um centro moderado — caminho estreito, mas estratégico para quem almeja chegar ao Senado.

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