ESTUDO: ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS AUMENTAM RISCO DE CÂNCER DE PULMÃO

As taxas de câncer estão aumentando globalmente, e o grande complexo industrial alimentício é o principal culpado. Os defensores da saúde natural vêm alertando o mundo sobre isso há décadas.

Um novo estudo realizado por pesquisadores chineses descobriu que dietas ricas em alimentos ultraprocessados (AUPs) — incluindo salgadinhos industrializados, bebidas açucaradas, carnes processadas e fast food — estão associadas a um aumento significativo no risco de câncer de pulmão. A pesquisa, que acompanhou os participantes por 12 anos, mostra que aqueles que consumiram maiores quantidades de AUPs tiveram uma chance 41% maior de desenvolver câncer de pulmão em comparação com aqueles que consumiram menos.

  • Um estudo chinês de 12 anos descobriu que o consumo de alimentos ultraprocessados (AUPs) — incluindo salgadinhos embalados, carnes processadas, bebidas açucaradas e produtos assados — estava associado a um risco geral 41% maior de câncer de pulmão, com um risco 37% maior de câncer de pulmão de células não pequenas e 44% maior de câncer de pulmão de células pequenas.
  • Os participantes com maior ingestão de UPF (cerca de seis porções diárias) tiveram maior probabilidade de desenvolver câncer de pulmão em comparação àqueles com menor ingestão (cerca de 0,5 porção), enquanto o baixo consumo de alimentos minimamente processados, como frutas, vegetais, peixes e grãos integrais, também foi associado a maior risco.
  • Pesquisadores identificaram fatores potencialmente cancerígenos em UPFs, incluindo carragenina (ligada à inflamação intestinal), acroleína (um composto tóxico do cozimento em altas temperaturas) e bifenilas policloradas (PCBs) da contaminação de embalagens de alimentos.
  • Especialistas alertam que os UPFs podem aumentar o risco de câncer por meio da interrupção do microbioma intestinal, inflamação sistêmica, estresse oxidativo e danos ao DNA, reforçando as recomendações para limitar seu consumo, apesar da necessidade de mais pesquisas.

Alimentos ultraprocessados estão associados a maior risco de câncer de pulmão, segundo estudo

O câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer mais comum em homens e mulheres nos EUA, com cerca de 230.000 casos esperados e 125.000 mortes projetadas para 2025. Embora as taxas gerais estejam diminuindo, os casos entre mulheres e jovens não fumantes estão aumentando. Tradicionalmente, o tabagismo tem sido o principal fator de risco, mas o estudo destaca como a dieta — particularmente o consumo excessivo de UPFs — também pode desempenhar um papel.

O estudo constatou que o alto consumo de UPF estava associado a um aumento de 37% no risco de câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC), o tipo mais comum de câncer de pulmão, e a um aumento de 44% no risco de câncer de pulmão de células pequenas (CPPC), uma forma mais rara, porém mais agressiva. O CPPC representa cerca de 85% de todos os cânceres de pulmão e pode se espalhar rapidamente. O CPPC cresce rapidamente e é conhecido por metástase precoce.

O consumo de AUP dos participantes foi avaliado por meio de questionários dietéticos, com alimentos como batatas fritas, sorvete, cereais matinais, macarrão instantâneo, molhos, refrigerantes, carnes processadas, hambúrgueres de fast-food, cachorros-quentes e pizzas categorizados como ultraprocessados. Aqueles no grupo de menor risco consumiram em média 0,5 porção por dia, enquanto aqueles no grupo de maior risco consumiram cerca de seis porções diárias. Em média, os participantes consumiram cerca de 2,8 porções por dia.

A pesquisa também observou que a dieta de muitos participantes continha porções substanciais de carnes processadas (11%), refrigerantes com cafeína (7,3%) e refrigerantes descafeinados (6,6%). Durante o período do estudo, foram registrados 1.706 casos de câncer de pulmão — 1.273 de CPNPC e 233 de CPPC.

Os cientistas identificaram vários possíveis mecanismos biológicos por trás da ligação entre UPFs e câncer de pulmão:

  • A carragenina, um aditivo alimentar usado para engrossar produtos como sorvete, iogurte, leites vegetais, frios e até mesmo algumas fórmulas infantis, pode causar inflamação intestinal, perturbar o microbioma intestinal e potencialmente contribuir para o desenvolvimento do câncer de pulmão.
  • A acroleína, uma substância química tóxica encontrada na fumaça do cigarro e formada durante métodos de cozimento em altas temperaturas, como fritar, assar e cozinhar, pode danificar o DNA e promover câncer.
  • Os bifenilos policlorados (PCBs), produtos químicos industriais proibidos em 1979, mas ainda encontrados no meio ambiente, podem contaminar alimentos por meio de materiais de embalagem ou máquinas. Os PCBs são classificados pela EPA como “provavelmente cancerígenos” e estão associados a danos imunológicos, reprodutivos, do sistema nervoso e endócrinos.

As descobertas se somam a um crescente conjunto de evidências que associam os UPFs a diversos tipos de câncer, incluindo o câncer colorretal, por meio de mecanismos que envolvem danos ao DNA, inflamação e estresse oxidativo. Especialistas como o Dr. Matthew Schabath, do Moffitt Cancer Center, que não participou da pesquisa, observam que, embora os UPFs ainda não sejam formalmente classificados como cancerígenos, estudos laboratoriais e epidemiológicos sugerem que eles representam um fator de risco potencial significativo para o câncer.

Pesquisadores enfatizam que mais estudos são necessários, mas recomendam limitar a ingestão de UPF em favor de alimentos minimamente processados, como frutas, vegetais, peixes e grãos integrais, para reduzir o risco de câncer.

 

Fonte: https://www.newstarget.com/2025-08-11-ultra-processed-foods-raise-lung-cancer-risk.html

 

 

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