Cursos de medicina com baixo desempenho passarão por supervisão

O Ministério da Educação anunciou nesta 3ª feira (19.ago.2025) que cursos de medicina com baixo desempenho no Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) passarão por supervisão a partir de 2026. As medidas incluem restrições de vagas, suspensão de participação em programas federais e até desativação de cursos.

O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Brasília. “O fato é que nós vamos fazer uma fiscalização, uma supervisão rigorosa dos cursos de medicina neste país, para garantir a qualidade desses cursos”, disse Santana.

Criado em 2025, o Enamed será aplicado anualmente no 4º e no 6º ano dos cursos de medicina. Em 2025, a 1ª edição da prova será realizada em 19 de outubro e os resultados serão divulgados em dezembro.

A partir de 2026, os resultados vão subsidiar ações de regulação do MEC. Cursos com notas 1 e 2, em escala que vai até 5, entrarão automaticamente em supervisão.

As medidas cautelares incluem:

  • impedimento de ampliação de vagas;

  • suspensão de contratos do Fies e de participação no Prouni;

  • redução de vagas (para cursos nota 2);

  • suspensão de ingresso de novos estudantes (nota 1).

Fiscalização e visitas

Segundo o MEC, o Inep fará visitas in loco em todos os cursos de medicina do país em 2026. O foco será a análise de atividades práticas, laboratórios e integração dos cursos com o SUS (Sistema Único de Saúde).

Alexandre Padilha afirmou que este é “o melhor momento da relação entre os ministérios da Educação e da Saúde” e que a pasta apoiará a supervisão.

Diretrizes curriculares

O MEC também aprovou novas DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) de medicina. As regras fortalecem a integração com o SUS e exigem infraestrutura física, laboratórios de simulação, programas de mentoria, políticas de saúde mental e valorização da diversidade.

Para Camilo Santana, as medidas respondem ao crescimento acelerado de faculdades de medicina no país entre 2017 e 2022. “A partir da avaliação da qualidade da formação desses profissionais, nós vamos tomar as medidas necessárias, desde penalidades cautelares até a necessidade de fechamento de cursos”, disse.