Governador diz que ignora críticas da família Bolsonaro e mantém candidatura à reeleição, enquanto clã tenta barrar rivais de 2026
Sandra Venancio – Foto Divulgação Governo do Estado de São Paulo
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), decidiu reafirmar sua candidatura à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, ignorando ataques do clã Bolsonaro que o acusou de ambição presidencial para 2026.
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A declaração de Tarcísio, a primeira sobre o próximo pleito eleitoral após ser chamado de “rato” pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e endossado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ocorreu durante um evento promovido por um fundo de investimentos em um hotel na zona sul de São Paulo, nesta segunda-feira (18).
Questionado sobre o motivo pelo qual não seria candidato à presidência, o governador respondeu: “A pergunta é: por que ser candidato?”, e afirmou que seu foco está totalmente em São Paulo. “Sabe quanto tempo eu perco pensando nisso? Zero. Eu estou extremamente focado no projeto de São Paulo”, declarou, optando por não comentar os ataques que recebeu do clã Bolsonaro.
Apesar disso, sinalizou que não descarta completamente a ideia de disputar a presidência no futuro. “Acho que, mais importante do que pensar em uma candidatura de centro-direita, é pensar num projeto de país. Onde eu posso contribuir? Primeiro, em fazer um trabalho legal aqui em São Paulo, tentar entregar aqui em São Paulo, e eu vou focar neste projeto de São Paulo.
Se eu fizer um bom trabalho aqui, a gente vai ajudar um projeto deste campo político. Meu objetivo agora é ajudar este campo, ajudar quem vai vir, quem vai ser candidato do nosso campo, tentar ajudar com um projeto de Brasil”, afirmou. No domingo (17), Carlos Bolsonaro escancarou a crise no bolsonarismo e o racha da extrema direita com relação às eleições de 2026.
Através das redes sociais, o filho “02” do ex-presidente atacou governadores bolsonaristas com pretensões presidenciais, incluindo Tarcísio, Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Jr (PR) e Eduardo Leite (RS), usando termos como “ratos”, “canalhas” e “covardes”. O vereador criticou a falta de posicionamento em apoio a Bolsonaro, prestes a ser preso, e qualificou projetos pessoais voltados ao Palácio do Planalto como “oportunistas”.
Os ataques de Carluxo ocorreram um dia após Romeu Zema lançar sua candidatura à presidência pelo Novo, elogiando Tarcísio e afirmando que poderia “compor com outros partidos” caso Bolsonaro desejasse. Eduardo Bolsonaro endossou os ataques do irmão, compartilhando a publicação e reforçando que a família pretende manter o protagonismo do bolsonarismo, mesmo com a inelegibilidade do ex-presidente.
Atualmente, Eduardo também enfrenta um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) por instigar o governo dos Estados Unidos a agir contra o Brasil, podendo ser preso caso retorne ao país.
O episódio evidencia a tensão interna da direita entre manter o controle da narrativa exclusivamente pelo clã Bolsonaro e a busca de governadores e outros líderes de centro-direita por protagonismo político, mostrando um racha que tende a se aprofundar rumo às eleições de 2026.