Dólar sobe para R$ 5,499 e Bolsa cai 2,1% após decisão de Dino

O dólar comercial fechou nesta 3ª feira (19.ago.2025) a R$ 5,499. A alta registrada no dia é de 1,19%.

Já o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou aos 134.432,26 pontos. A queda diária é de 2,10%.

A cotação da moeda norte-americana frente ao real avança depois de o ministro do STF Flávio Dino decidir na 2ª feira (18.ago) que decisões judiciais estrangeiras só podem ser executadas no Brasil “mediante a devida homologação”. Sem isso, não têm efeito no país, a não ser que a Justiça brasileira valide. Leia a íntegra da decisão (PDF – 247 kB).

Leia a trajetória diária do dólar comercial:

O desempenho das ações de alguns dos principais bancos listados na B3 puxou a queda no Ibovespa. Eis abaixo:

  Banco do Brasil (BBAS3) – R$ 19,80 (queda de 6,03%);

  Santander (SANB11) – R$ 25,94 (recuo de 4,88%);

  Bradesco (BBDC4) – R$ 15,79 (queda de 3,43%).

DETALHES DA DECISÃO

A decisão de Dino é em cima da ADPF 1.178. Na ação, o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) questionou na Corte a possibilidade de municípios brasileiros apresentarem ações judiciais no exterior. Alegou que isso vai contra a soberania nacional e afronta o pacto federativo.

Dino não cita nominalmente os Estados Unidos ou a Lei Magnitsky, mas as referências em sua decisão são claras. Washington usou a Lei Magnitsky para punir Alexandre de Moraes por usar seu cargo para “autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”.

do anúncio da sanção, em 30 de julho, o STF havia informado que Moraes não tem nem nunca teve bens nos EUA. Ocorre que a Lei Magnitsky produz efeitos para o ministro, mesmo ele estando no Brasil.

Empresas norte-americanas ou que têm atividades no país ficam proibidas de ter relações com o magistrado –ele não poderia, por exemplo, usar cartões de crédito com bandeiras Visa ou Mastercard.

Dino tomou uma decisão sem efeito prático. A Magnitsky não está sendo aplicada em outro país, mas aos que têm ou querem ter negócios nos EUA. Se algum grande banco tiver atividades em solo norte-americano, precisará respeitar a Lei Magnitsky e terá de encerrar negócios e relações com Moraes.