A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) criticou nesta 3ª feira (19.ago.2025) as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa no Plano Clima, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou em novembro de 2024. A proposta estabeleceu meta de redução de 67% de emissões até 2035. Antes, era de 59%.
A FPA avalia que há excesso de obrigações para o setor agropecuário, que terá que reduzir 54% de suas emissões no período. Leia a íntegra do documento que a frente elaborou sobre o plano (PDF – 1 MB).
“É uma autossabotagem do governo”, afirmou o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR) depois da reunião de diretoria do grupo. Ele disse que o plano prejudica o governo brasileiro nas discussões com os Estados Unidos para reverter o aumento de tarifas de importação.
O Ministério das Relações Exteriores havia mandado na 2ª feira (18.ago) ao governo dos EUA documento em que refuta argumentos citados pelos norte-americanos como práticas desleais de comércio por parte do Brasil. Um dos itens é sobre o desmatamento. O Itamaraty disse que o agronegócio brasileiro não precisa de desmatamento ilegal para aumentar a produção. “Mas o Plano do Clima contradiz isso”, disse Lupion.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente da FPA, também criticou as metas que o MMA (Ministério do Meio Ambiente) elaborou para o Plano Clima. “É mais uma maldade da ministra Marina Silva”, afirmou a senadora.
A congressista foi ministra da Agricultura de 2019 a 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Disse que, na sua gestão, havia discussões entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente sobre as NDC (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O coordenador de política da FPA, deputado Zé Vítor (PL-MG), disse que os congressistas que integram a FPA buscarão a derrubada dos vetos que Lula apresentou em 8 de agosto ao sancionar a lei que flexibiliza o licenciamento ambiental.
“Nós não temos uma legislação ambiental hoje que dê segurança aos empreendedores”, declarou.