União Brasil e PP oficializam federação com críticas ao governo

O União Brasil e o PP (Progressistas) formalizaram nesta 3ª feira (19.ago.2025) a criação da Federação UPb (União Progressista), que passa a ser a maior bancada da Câmara e uma das maiores do Senado.

O ato foi realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com a presença das cúpulas das duas legendas.

O presidente do União Brasil, Antônio de Rueda, assumirá o comando da federação, enquanto o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ficará na vice-presidência. 

A nova federação reunirá 109 deputados federais e 15 senadores, consolidando-se como o maior bloco da Câmara e o 2º maior do Senado.

Nos Estados e municípios, a UPb também se torna uma força expressiva: são 12.398 vereadores, 1.335 prefeitos, 186 deputados estaduais, 6 governadores, e 4 vice-governadores.

Além de ampliarem seu poder legislativo, os 2 partidos controlam atualmente 4 ministérios no governo federal: Turismo, Integração Nacional e Comunicações (União Brasil), além de Esporte (PP).

Mesmo sem perder espaço no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a criação da federação é parte da estratégia de afastamento ainda maior do Palácio do Planalto.

Discursos contra o governo

Ao todo, 7 governadores participaram do evento nesta 3ª feira (19.ago) em Brasília. E alguns dos discursos foram acalorados contra o governo Lula e o STF (Supremo Tribunal Federal).

Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, disse que a única saída para o país é “derrotar Lula” em 2026 e defendeu que a federação assuma posição clara de oposição.

O vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, declarou que o “lado” da federação é contra o PT. “O próximo presidente que não é do PT sairá daqui hoje”, afirmou.

Políticos de outros partidos participaram do evento. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que o Brasil “não vive em uma plena democracia” e criticou o que chamou de interferências do Judiciário.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também esteve no evento. No discurso, citou a inadimplência do agronegócio e afirmou que o país vive em polarização. Disse que sua participação era mais um “apelo” pela situação atual do Brasil: “Chame tudo o que o brasileiro pode oferecer, da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”.

Reforço e Presidência

Ciro Nogueira, do PP, disse que a senadora Margarete (sem partido-MT) se filiará ainda nesta semana ao PP, o que fará da União Progressista a maior bancada do Senado.

Rueda reforçou que a federação não abrirá mão de lançar candidato à Presidência ou a vice em 2026 e afirmou que a UPb se posiciona de forma firme contra qualquer aumento de impostos.

A união terá duração mínima de 4 anos e valerá para as eleições de 2026 e 2028. Com isso, terão que compor a mesma chapa em todos os Estados, além de somarem votos para Câmara e assembleias legislativas.

A federação precisa ainda ser homologada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A previsão é de que o aval saia apenas no fim de 2025.

Quem estava presente:

  • Álvaro Damião (PSD-MG)
  • André Fufuca (PP-MA)
  • Antonio Benário (PP-BA)
  • Arthur Lira (PP-AL)
  • Bruno Reis (União-BA)
  • Celina Leão (PP-DF)
  • Celso Sabino (União-PA)
  • Coronel Marcos Rocha (União-RO)
  • Dorinha Seabra (União-TO)
  • Dr. Luizinho (PP-RJ)
  • Efraim Filho (União-PB)
  • Guilherme Derrite (PP-SP)
  • Ibaneis Rocha (MDB-DF)
  • Jorginho Mello (PL-SC)
  • Lucas Ribeiro (PP-PB)
  • Márcio Canella (União-RJ)
  • Mauro Mendes (União-MT)
  • Milton Leite (União-SP)
  • Renato Casagrande (PSB-ES)
  • Ronaldo Caiado (União-GO)
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)
  • Tereza Cristina (PP-MS)
  • Waldemar Costa Neto (PL-SP)
  • Wilson Lima (União-AM).